terça-feira, 18 de outubro de 2011

Geneve @ Suisse

Última viagem do ano. Existe sempre aquele sentimento de tristeza por não saber quando será a próxima.
Devido à enorme generosidade de uma grande senhora, a Ana, apareceu a oportunidade de visitar Genebra. E assim foi, nos primeiros dias de Setembro já estava novamente num avião com rumo à Suiça.
Genebra não é uma cidade grande, mas nota-se o típico movimento europeu, não estivesse no coração da europa. O símbolo máximo da cidade é o jato gigantesco visível de qualquer parte de Genebra. A cidade é suiça, e com isto quero dizer que é organizada, limpa e arejada. Encontrar um pedinte é coisa rara e nada agradável aos olhos sensíveis dos suíços. Num dia consegue-se ver toda a cidade, do relógio no jardim até à parte velha, passando pelas torres da Catedral de S. Pedro e pelas movimentadas ruas de comércio. Como os dias passados por lá seriam alguns, nada como apanhar um barco e ir almoçar à fantástica vila de Yvoire, em França. Esta pequena vila é simplesmente encantadora, parece que uma pessoa acorda num conto de fadas, além de que se tornou também inesquecível porque como o melhor prato de frango até hoje, o supreme de poulet, divinal.
No dia seguinte, apanhar um comboio e ir até uma das incríveis cidade da Suiça, não fosse o refúgio de personalidades como Fred Mercury e Charles Chaplin. Bem, adorei... adorei... adorei esta terra, aquele recanto do lago rodeado por gigantescas montanhas, com direito a castelos no lago e comboio a vaguear pelo verde das montanhas.
Melhor mesmo só festejando um aniversário, e foi mesmo isso! Companheiro de várias e inesquecíveis viagens, o Pedro chegou aos 31 anos, desta vez na Suiça, quem sabe onde será no próximo ano!
Como sempre, em viagem os dias passam a voar, e desta vez não foi exceção. Gostei imenso de conhecer este país, e agora não acho nada estranho que as pessoas que vão para lá viver e trabalhar só tenham bem a dizer daquilo. Realmente, em qualidade de vida, infelizmente para nós, é incomparável.











O Jogador


Mais um livro do magnífico Fiódor Dostoiévki... como eu o adoro!
Uns dias por casa significa livro na mão. Encontrei este numa promoção e meti-lhe logo a mão.
Ao longo de poucas páginas lê-se a vida de Aleksei Ivánovitch, a sua paixão e as relações com o general, seu patrão. Pelo meio, o escritor vais descrevendo a vida de jogo num ambiente de casinos e a forma como implica a vida de uma família.
Adoro este escritor pela forma como racionaliza as relações humanas e o sentimento dos seus intervenientes, e que está representado de uma forma primorosa neste livro.

Pé na estrada e mochila nas costas



Lembro-me de quando era pequena ficar sempre fascinada ao ver as mais variadas paisagens e culturas nos programas da televisão. Passava horas a imaginar como seriam tais locais.
Hoje em dia, a vontade de viajar fala mais alto do que qualquer outra prioridade. Não quero comprar casa, não me interessam carros e muito menos as novas tendências da moda. Junto dinheiro para meter uma mochila nas costas e conhecer terras distantes. Desde que comecei a viajar mudei... como toda a gente muda. Menos materialista, aprendi a verdadeiramente apreciar a simplicidade da vida e o quão agradável é partilhar uma boa conversa com uma pessoa, seja um grande amigo ou seja um desconhecido que se encontre num aeroporto. Não gosto dos típicos locais turísticos, não me imagino a viajar apenas para passar uma semana num resort, nada disso. Gosto de fazer as minhas viagens à minha maneira, perder-me nas ruas das cidades, encontrar aquela verdadeira tasquinha que não vem nos guias, trocar o conforto de avião e andar de comboio ou autocarro, descansar deitada na relva dos jardins, e pelo caminho ver e sentir o pulsar de uma região e de um povo. Jamais me cansarei disto, por cada viagem existe algo de grandioso que se aprende, uma incrível abertura da mente, tolerância, solidariedade, enfim, uma data de valores que vamos cimentando ao longo da vida.
Que muitas viagens pelo mundo façam da minha caminhada uma viagem inesquecível!

Berlim @ Alemanha

Madrugada dentro, algures no limite asiático apanhámos um avião com destino a Berlim. Não sem antes apanhar uma grande seca, uma vez que o avião deveria partir por volta das 2h da madrugada e atrasou mais de 2 horas, obrigando mais uma vez a uma soneca no chão frio do aeroporto. Chegados a Berlim de manhã bem cedo, o primeiro acto foi pegar na escova de dentes e entrar na primeira casa de banho do aeroporto.
Estava ansiosa para ver a mudança radical que é sair de Istambul, com calor e onde reina o caos e cor, e chegar a Berlim, com frio, tempo nublado e cidade cinzenta. Realmente, como é possível ver dois extremos no espaço apenas de umas horas? Parecem locais opostos do planeta.
Berlim é Berlim. Ao soar este nome o que vem logo à cabeça é de uma cidade pesada... cinzenta. Na verdade, esta foi mesmo a primeira impressão, não estivesse quase a chover. Tomei o pequeno almoço perto do ícone da Berliner Fernsehturm, Torre da Rádio e depois comecei a passear sem saber muito bem por onde.
Rua após rua fomos encontrando os locais emblemáticos da cidade, pequenos fragmentos do Muro de Berlim, Reichstag (Parlamento Alemão), o símbolo por excelência da cidade, a porta de Brandenburgo, a zona vanguardista de Berlim, a Potsdamer Platz, a fantástica ilha dos Museus, Checkpoint Charlie, o Memorial do Holocausto com milhares de pedras simbolizando túmulos, o Schinkel, a fantástica Siegessaule ou Coluna da Deusa Vitória que vi apenas ao longe pois o cansaço já pesava.
A ideia que fiquei de Berlim é que é uma cidade funcional. Não é a mais bonita que vi até hoje, mas sem duvida uma das mais poderosas. Nota-se o peso da cidade, nas grandes avenidas e em todos os edifícios, para além das pessoas... frias.
Como manda a tradição, não podia sair da Alemanha sem comer a verdadeira da salsicha. Comprei então uma salsicha alemã num pão a um vendedor de rua, e fiz daquilo o meu almoço. Não sei se era da fome ou da salsicha, mas a verdade é que foi a melhor que comi até hoje.
Horas depois estava de regresso ao avião para mais um voo.
Saí de Berlim com a sensação que faltou tanta coisa para ver. Eu anda completamente esgotada ao fim de quase 3 semanas em viagem, para além de ter pernoitado no aeroporto. É uma cidade na qual só vi a fina capa da superfície. Muita coisa ficou por ver, muitos quilómetros por andar e muita gente por falar. Quero, sem duvida nenhuma, um dia regressar para conhecer mais a fundo esta histórica cidade.
Por volta das 20h aterra o avião em Madrid, no dia seguinte teria o último com destino ao Porto.








segunda-feira, 17 de outubro de 2011

Istambul @ Turquia

Antes de iniciar esta viagem, a minha maior curiosidade residia em conhecer Istambul. Aquela cidade milenar, dividida entre Europa e Ásia, com uma mistura de culturas que só aquela cidade conhece. Dizer que adorei Istambul é dizer pouco, só o nome da cidade já arrepia, não fosse a antiga Constantinopla...
A primeira impressão é... completo caos! Muita, muita gente pela rua, carros desorganizados pelas estradas, transportes publicos apinhados de gente... é muita gente, realmente muita, não fossem eles 13 milhõs de habitantes.
A cidade é maior que gigantesca e moderna, muito moderna, uma cidade ocidental ao nível dos países nórdicos, não fosse a confusão em que Istambul vive...
Bom calçado nos pés que é como quem diz, umas havainas e toca a meter quilómetros nas pernas. A Mesquita Azul é um edifício imponente. Grande e grandioso, que não deixa ninguém indiferente quando se olha por fora, muito menos quando se está no interior. Foi a primeira vez que vi uma mesquita de grandes dimensões e são de uma beleza extrema. No interior, decorado com milhões de pequenos azulejos e com uma tapeçaria a cobrir todo o chão, a única coisa que se sente é paz. Uma grade divide o corredor para turistas e mulheres, enquanto que a maior parte está reservada aos homens que diariamente lá vão rezar. Ouve-se a oração num volume baixo enquanto se caminha por aquele magnífico vestido. A indumentária feminina inclui um lenço na cabeça, ombros e pernas tapadas e sapatinhos na mão. Não é permitido a ninguém entrar calçado. Sugiro que levem o vosso próprio lenço, caso contrário será emprestado um dos famosos lenços que eles possuem por lá, que pelo aspecto já passou por muitas cabeças sem ter vista água. Aproveitei para me sentar um pouco no chão naquele tapete lindíssimo e super confortável. Ali estava eu, na mesquita Azul em Istambul, em pleno Ramadão.




Mesmo em frente à Mesquita Azul, encontra-se a milenar Basílica de Santa Sofia, hoje em dia transformada em museu. Depois de igreja foi reconvertida em Mesquita, e hoje é um dos maiores simbolos da cidade e da sua história. Mais uma vez, a mesquita é enorme, e nota-se no seu interior a influência dos anos e das religiões. Desta vez, o seu interior não é repleto de silêncio nem orações, mas sim de barulhentos turistas. Uma coisa que achei imensa piada foi aos candeeiros, que apesar de pendurados naturalmente nos tectos, estão suspensos a poucos metros do chão. A sensação é de uma gigantesca área e com aqueles objectos como uma das poucas decorações interiores. As paredes são pintadas a pequenos azulejos que sobreviveram ao longo dos anos, que quando se repara bem, vê-se que contém uma elevadíssima quantidade de ouro.





Uma outra coisa obrigatória é apanhar um barquinho e subir o Canal do Bósforo que divide a cidade e os continentes. A viagem demora cerca de uma hora e meia na qual o barco navega junto às margens para se ver as maravilhosas construção do canal. Naturalmente, as únicas pessoas que embarcam nestes barcos são turistas. É uma viagem bastante agradável, passada entre o bar e a proa.




Chegados a terra já com o por do sol, a melhor coisa que se pode meter no estômago é a típica sande de peixe. Existem em pequenos barcos ao lado da ponte, que notam-se bem porque não é comum ver-se barcos a abanar tanto. Eu nunca vi tal coisa, o banco a abanar de tal forma que parecia que virava, e muito tranquilamente no seu interior estão várias grelhas onde se assa o peixe. Para comprar um, basta chegar perto de um desses barcos e pedir a sande que vem, para além do peixe, com alface e cebola. Depois é tentar arranjar uma mesa pequena e baixa e dois banquinhos para comer tranquilamente. Nos poucos minutos que demora a comer, muitos vendedores passam por todas as mesas, tentando vender bebidas ou toalhitas para limpar as mãos. Confesso que detesto cebola crua, mas aquela sandocha soube pela vida...





Muito próximo da Basílica de Santa Sofia encontram-se as cisternas. Um mundo subterrâneo povoado por peixes que vivem em águas de pouca profundidade. Vale a pena visitar por várias razões, a primeira é porque é fresco lá dentro... tou a brincar. Na verdade, é escuro... mas belo. Os pilares estão iluminados por fracas luzes, o que dá a sensação de andar no meio da escuridão num mundo à parte. Curiosas são as medusas, duas bases de pilares com caras, uma delas de lado e outra de pernas para o ar, que ninguém sabe muito bem qual o objectivo de tais figuras.




Um outro lugar obrigatório é o Grande Bazar, o maior bazar coberto do mundo. Esperava ver muita confusão lá pelo meio, mas enganei-me. Realmente o seu interior é enorme com as ruas devidamente nomeadas. Na rua principal vê-se imensas joalharias em devidas lojas, mas caminhando por ruelas paralelas o que se vê são pequenas entradas com todo o tipo de material exposto no exterior. Mas apesar do tamanha, é bastante limpo e organizado. É tão grande que se encontra no interior esquadra de polícia, farmácia e restaurantes. Quanto à quantidade de material, é muita, a diversidade é que nem tanto. Passado um tempo tinha a noção que estava a ver sempre os mesmos tipos de produtos, essencialmente roupa, jóias e tapetes.




Local obrigatório é o Palácio Real e o harém. Complexo formado por vários edifícios, onde o visitante vai saltando de uma para outro, vendo a beleza das construções, dos jardins e das jóias dos antigos sultões. As vistas do palácio são incríveis e os objectos inimagináveis. Vi pedras preciosas em número e tamanho como jamais sonhei.
O harém confesso que foi uma desilusão. Não porque fosse feio, mas honestamente estava à espera de algo mais, ou tamanha ou grandiosidade e riqueza. Vê-se apenas compartimentos e nada mais.






De resto, Istambul são ruas e ruelas apinhadas de gente das mais diferentes culturas. Vê-se mesquitas em todos os cantos, misturadas com lojas internacionais. Ruelas com bares alternativos, onde se ouve grande musica enquanto se desfruta de uma cerveja. O local de jantar que me ficou gravado na memória, foi um pequeno restaurante onde jantei no terraço rodeado por gatos nos muros, uma musica maravilhosa e uma grande surpresa ao sair. Nada mais nada menos, que uma das salas do restaurante com alguns jovens estrangeiros à volta de uma mesa, a tocar instrumentos, e uma bela voz portuguesa a cantar Maria Lisboa. A sensação de algo tão familiar, num local tão distante assombrou-me a alma.
No último dia, fiz questão de ir para o local principal, à volta da Mesquita Azul, onde as famílias se juntam para comer a refeição diária. Eram 19h estava eu sentada num banco de jardim, enquanto milhares de pessoas se aglomeravam nas mesas, nos bancos ou mesmo na relva com os seus pratos, comida, e às vezes fogões espalhados pela área. Anoiteceu, do minarete das mesquita ouve-se a tradicional oração, sinal de que se pode comer. Foi um festival de comida, risos e conversas que presenciei. Foi um momento inesquecível. Depois, com a barriga já a dar sinal, fomos comer e beber umas boas cervejas a um pub. Foi a despedida de Istambul, depois disso, tínhamos um avião para apanhar a meio da noite.