segunda-feira, 27 de agosto de 2012

Tomboy

Para ver... Filme francês de 2011, escrito e dirigido por Céline Sciamma.

domingo, 26 de agosto de 2012

Polovtsian Dance

Estava eu no ano passado a tomar um café turco em Istambul numa simpática e típica esplanada, quando passou esta musica. Ficou-me gravada porque me trouxe uma das sensações que mais gosto, a de me sentir longe. Hoje, por mero acaso, enquanto procurava musica clássica, dei de caras com ela.
Cá vai então, Polovtsian dance, da ópera Prince Igor de Alexander Borodin, aqui pela voz de Evgenya Sotnikova.

sábado, 25 de agosto de 2012

Agosto dos emigrantes


Depois de dois convites, decidi aceitar o desafio, assim cá vai meu primeiro artigo para um conceituado blog fafense.




Permitam-me que comece por explicar que, independentemente do número de textos que aqui forem publicados em meu nome, farei questão de enaltecer as qualidades desta bela cidade que considero como o meu lar. Mais do que o local onde habito, mais do que o local onde nasci, é verdadeiramente o meu lar. Para questões políticas ou de problemas que eventualmente surjam na cidade, entendo que existem pessoas bem mais informadas do que eu, e deixo então essas crónicas aos competentes da matéria.

Agosto, se para muitos é apenas sinónimo de férias, para todos os fafenses também representa emigrantes.  Para muitos implica uma maior confusão nas estradas, nos supermercados, nas ruas e o caos total nas feiras semanais.  Principalmente a língua francesa faz competição com a língua de Camões nos passeios, a cidade ganha movimento como só este mês conhece, os cafés ficam lotados, a vida noturna agitada e em todo este cenário os comerciantes e empresários ficam  agradecidos.

Há no entanto o outro lado, a genuína faceta de quem parte para terras longínquas e regressa durante umas semanas ao local que chamam “a terra”. Sim, porque passam anos a viver em países distantes, criam famílias e grupos de amigos, mas para todos, esta é a terra onde o coração diz que pertencem.
Atravessamos um período a que chamam de “novos emigrantes”, jovens bem formados que procuram uma qualidade de vida e reconhecimento que infelizmente o nosso país não proporciona, mas não é destes que falo. Falo sim, da geração que partiu em décadas passadas e que se concentra essencialmente em França e Suíça, onde lá mesmo criaram comunidades portuguesas para enganar as saudades. Estes emigrantes, que enchem a mala do carro de sacos e bagagens, que atravessam países atolados num carro, que passam dias, semanas ou meses a contar os dias para regressarem a Fafe . Regressar a Fafe... regressar à casa que conta muitas vezes toda a história de uma infância longínqua,  abraçar saudosamente a família que por cá fica, sentar pela primeira vez na mesa para ser servido um jantar especialmente feito para quem chega de uma longa viagem, ir à igreja da aldeia e ouvir uma missa na língua materna, entrar no café e rever as caras conhecidas e pedir o primeiro café. Isto é a maior compensação que um emigrante pode ter, isto é o verdadeiro regresso.

O tempo passa a voar para quem tem os dias contados e depressa começa a aproximar-se o dia da partida. O transito na cidade começa a regressar ao fluxo normal, o número de pessoas das ruas diminui e a cidade começa a perder a energia que a acompanhou nas últimas semanas. Despedem-se com um “até para o ano” e a cidade responde “assim será, cá ficarei à espera”.

Hoje, ao fazer a autoestrada de Fafe para o interior do país, foi notória a quantidade de automóveis com matrículas francesas pelas quais passei, e não consegui deixar de imaginar a tristeza com que muitas dessas pessoas regressam ao país onde trabalham. Perdão, elas não regressam a esses países, elas vão para esses países, porque o verdadeiro regressar, regressam ao nosso, e regressam a Fafe, à terra...

A todos que irão embarcar em milhares de quilómetros pelo asfalto, só posso desejar o seguinte: Façam boa viagem.

Clara Magalhães

PS: Apesar de viver em Fafe, por vários motivos ausento-me da cidade por períodos de tempo significativos, embora nada comparável a estes emigrantes. Ainda assim,  não consigo de esboçar um sincero sorriso quando chego à minha terra, seja quando venho na estrada que liga a Guimarães e avisto o monte de Santo Ovídio tão familiar ao meu ser, seja quando regresso pela autoestrada e vejo a sinalização a indicar “Fafe”. Se me comovem estes pequenos regressos, a um emigrante deve ser uma sensação colossal. Dito isto, fica aqui o meu sincero agradecimento por voltarem todos os anos, mas acima de tudo, pela coragem de quando partem.

sexta-feira, 24 de agosto de 2012

Quote from Da Vinci

Uma frase do meu génio e visionário de eleição. Compreendo toda a plenitude da frase e assino por baixo. Há quem goste de andar pelas montanhas, praias ou pelos campos, quem goste de nadar... Eu? Eu gosto de tudo isso... mas adoro voar...
"When once you have tasted flight, you will forever walk the earth with your eyes turned skyward, for there you have been, and there you will always long to return."
 Da Vinci


Best of Bjork

Se a primeira vez, faz alguns anos, ao ouvir a primeira musica da Bjork aquilo me soou a sons confusos e desconectados, hoje, com um ouvido bem mais apurado, considero esta cantora e compositora como um dos grandes nomes da musica actual.

Se gosto de todas as musicas dela? Não, não gosto. Mas das que gosto, já ouvi vezes sem fim e nunca me cansei. Portanto, e como gostos não se discutem, cá vai o meu top da cantora islandesa. Eis as musicas que sempre me causam calafrios...













E para terminar... os primórdios desta deusa...

quarta-feira, 22 de agosto de 2012

Alt J

Sin Fang

James Vincent McMorrow

O regresso ao Ocidente

Meio dia em ponto e entrávamos no primeiro barco que nos levaria do resort até ao porto da ilha. Passado uma hora, mais um barco até Phuket. Depois, um taxi até à praia desta ilha para almoçar. A seguir, mais um taxi até ao aeroporto. Viagem pela Bangkok airways até Bangkok. Duas horas de escala e mais um voo de 6 horas até ao Dubai. A parte boa desta voo foi ter viajado no gigantesco Air Bus 380, o maior avião comercial do mundo. Chegados ao Dubai, mais 3 horas de escala, e eis que um grande acontecimento nos faz rasgar dois sorrisos. Ao embarcar, fomos postos em business class... Meu Deus, o ultimo voo, no qual já estávamos esgotados de andar em viagem à 24h, e em vez de 2 lugares no meio da fila e em económica, passamos para 2 lugares à janela em business. A viagem é incomparável. Poltronas em vez dos típicos assentos, com capacidade de se tranaformar em cama. O requinte e serviço é incomparável ao da classe económica. Quase que restabeleci as minhas energias naquele voo, ao invés de virem para red line. Chegados a Madrid, apanhar um autocarro, depois outro e eis que finalmente pouso os sacos e vou directa à piscina... Tinha chegado da maior viagem que tinha feito. Quem embarca numa viagem ao sudeste asiático, vem com a cabeça cheia de imagens maravilhosas. Vi alguns dos locais mais belos do planeta, dos mais caóticos, experimentei comidas que ainda hoje não sei o que era aquilo, aprendi a comer de pauzinhos, convivi com baratas, morcegos, caranguejos e morcegos, fui mordida por peixes, nadei em águas transparentes e quentes, enfim, um sem fim de memórias. Mas de todas estas novas experiências, penso que a mais marcante para qualquer viajante são as pessoas. De uma simplicidade arrepiante com um sorriso fácil e genuíno sempre estampado na cara, apesar de muitas vezes viverem em extrema pobreza. Isto levou-me a pensar no rumo que segue a Humanidade. Evoluir tecnologicamente, criar cidadãos activos e responsáveis e mais uma data de coisas tais, e pergunto-me, no meio de tanta evolução, onde ficou esta humildade e este sorriso que dificilmente se encontram nos países considerados desenvolvidos. Pois, não sei. Mas por várias vezes me senti envergonhada por ser europeia quando via atitudes despropositadas de europeus para com os asiáticos. Eles são realmente um povo extraordinário, e sem duvida alguma, foi a maior riqueza que trouxe de lá.

Koh Phi Phi

Último destino desta maratona: uma merecida semana numa praia perdida numa pequena ilha da Tailãndia: Koh Phi Phi Don. Esta ilha foi escolhida com todo o cuidado necessário de quem procurou um lugar calmo e ao mesmo tempo paradisíaco. Se no plano inicial estava Koh Tao ou Koh Yao Noi, à ultima da hora decidimos por Koh Phi Phi, e foi uma decisão que em nada ficámos a perder. Para chegar ao hotel, implicou uma viagem de avião até á ilha de Phuket, atravessar a ilha toda de taxi, apanhar um barco para uma viagem de hora e meia, e depois de chegar ás Phi Phi ainda apanhar outro barco para o Hotel. Quando cheguei á ilha, o primeiro impacto é a cor da água, um verde transparente como nunca tinha visto. Seguidamente, olho em volta e reparo que são poucos os edificios em cimentos e que não existem estradas nem carros. Se via isto na vila, não imaginava o local do hotel. Pela viagem de barco, atravessámos metade da ilha e não conseguia parar de me surpreender com as paisagens e praias. Até que avistei uma pequena rodeada de árvores pela qual fiquei encantada, até reparar que o barco virava nessa direcção, era o nosso resort. Aquilo que os tailandeses das ilhas chamam de resort, não passam de pequenas cabanas perto da água, contruídas em madeira e bambu com o mínimo essencial. Mas era mesmo isto que eu andava à procura... O resort de nome Relax Beach Resort, era um aglomerado de cabanas enfiadas no meio das árvores a poucos passos da praia. A recepção e todo o espaço comum eram construídos em madeira, dando um aspecto primitivo, mas ao mesmo tempo acolhedor a todo o espaço. Adorei cada minuto naquele sítio, sem TV, sem água quente e com a electricidade e internet muito limitado. O unico senão eram as baratas que apareciam à noite na cabana, que implicava uns minutos a pô-las para fora, e uma aranha gigantesca que fez questão de aparecer duas vezes, deixando na segunda um saco cheio de aranhas pequenas a vaguear pela casa de banho. A rotina neste local era maravilhsa... acordar cedo com o sol a entrar pela janela, percorrer 5 metros até à praia, tomar o primeiro banho, ir tomar o pequeno almoço, relaxar numa cadeira na praia ou numa rede de alguma árvore, ir almoçar, voltar para a praia, mais um banho, mais um tempo a fazer snorkeling, ler um livro, tomar outro banho, beber um cocktail, jantar, sentar numa cadeira na areia a ver as estrelas, ver o empregado do bar a fazer malabarismo, pegar na lanterna e percorrer a praia ou o jardim até à cabana, enxutar as baratas e dormir. Passei dias a fazer apenas isto e gozei cada segundo.
Apenas por duas vezes deixámos esta rotina, uma foi para fazer um tour pela ilha onde estávamos e por ilhas vizinhas e a outra para subir ao pointe view. No tour, a parte mais emplogante seria colocar os pés na famosa ilha Koh Phi Phi Leh, do filme "The beach", apelidada pelos locais como a ilha de Leonardo. Realmente, se esta baía é realmente fascinante, perde um pouco do encanto devido à poluição da praia e à quantidade de turistas, e aqui começam a ganhar terreno, duas outras baías de fazer parar o coração, Sama bay e Pi Leh bay. Antes de regressar, passámos ainda na Monkey beach e nas Mosquito e bambu islands. Um dia maravilhoso por paisagens grandiosas e passar imenso tempo na água a fazer snorkeling, nadando no meio de centenas de pequenos peixes coloridos que se moviam por cima dos corais. Foi, seguramente, um dos mais maravilhosos dias que vivi até hoje.
A segunda vez que saímos do dito resort, foi então para uma verdadeira e extenuante escalada até ao topo da ilha, ao que se chama o view point. A subida pelo tribo estreito no meio da selva não é fácil, mas a vista compensa.
Uma semana depois, chegou, com muito pesar meu, o dia de me despedir de todo aquele paraíso e rumar à realidade do Ocidente. Deixei com muita tristeza, todas aquelas pessoas, funcionárias do resort que já me pareciam caras familiares. A Tailândia ficou para trás, faltaria uma enorme viagem de regresso...

Kuala Lumpur

Mais um voo e mais um país, a Malásia. Aterrei em Kuala Lumpur e pareceu-me chegar a um país árabe. Todas as mulheres aqui têm véu na cabeça. Apanhei o autocarro para s Sentral Station e seguidamente fui para o hotel. Conforme me aproximava da rua do hotel, comecei a estranhar a quantidade de indianos, lojas indianas e publicidades de Boolywood que íam aparecendo pelo caminho. Quando cheguei ao hotel, percebi que estava no coração de Little India. Tudo à volta era feito para estes emigrantes, desde restaurantes, lojas e supermercados. Era uma rua gira, o unico inconveniente era quando se queria comer comida ocidental, simplesmente não existia lá, apenas comida indiana.
Ninguém vai a Kuala Lumpur sem visitar as torres Petronas, isto no entanto trouxe uma grande tristeza para mim. O nosso plano era visitar as Petronas de manhã e à tarde ir às Batu Caves a pouco quilómetros da capital. No entanto, ao chegar de manhã às Petronas fomos informados que só a poderíamos subir às 16h. Isto implicou que, para grande lamento meu, não fosse às cavernas. Não sei se me arrependo ou não da decisão, mas agora é tarde para lamentos. De qualquer forma, a vista do cimo é incrível.

Bangkok

Despedida do Vietnam e rumo à capital da tailãndia, Bangkok. A caminho do hotel estava visivel que tinha mudado radicalmente de país, aqui evistam-se arranha ceus por todo o lado, tal como as fotos dos reis, carros na estrada em vez das motas, transito organizado e deixaram de aparecer os chapéus em bico. Depois de pousar as malas, apanhámos o metro para chegar ao porto e apanhar um barco para subir o rio. O cansaço era muito e ao final da tarde estávamos de regresso ao hotel. As ruas são movimentadas e com muita cor. Pelos passeios somos constantemente abordados por lojistas que garantem fazer fatos à medida por 100 dolares em 24 horas. À noite para jantar, preferimos uma esplanada para ver o movimento das ruas, e era muito... o que se via mais era lady boys e estrangeiros com certa idade. Ao regressar ao hotel recebemos uma má noticia. O nosso plano seria ir de manhã ao mercado flutuante e à tarde ao palácio real. Por azar, nesse dia o palácio só estaria aberto durante a manhã, o que nos obrigou a decidir por apenas um destino... esse destino foi o palácio real. Este complexo de edificios faz concorrência directa ao Vaticano pela beleza e pelo luxo, apesar de serem incomparáveis. Por cá em vez da guarda suíça e dos padres vêm-se os monges budistas.
Antes de jantar, permiti-me a um merecido mimo, experimentar uma verdadeira Thai massage. Escolhi um bom local e estive durante uma hora no paraíso. Saí de lá e percebi que o meu corpo, esgotado e cansado de andar com a mochila ás costas precisava da massagem mais do que a mente.