segunda-feira, 2 de dezembro de 2013

Krakow

Depois de me terem cancelado a viagem há 3 anos, desta vez foi de vez. Cheguei por volta do meio dia e ao final do dia já estaria com a Silvia. Pouco tempo na cidade e tem de se andar da perna, por isso, mal cheguei e pousei as coisas no hostel fui dar uma volta pelo centro da cidade e planear o dia seguinte até aos campos de concentração. Ao final do dia fui buscar a Silvia e primeira coisa a fazer... comer. Depois fomos beber uma cervejinha a um bar muito agradável quando aconteceu um episódio curioso. Estávamos ao balcão a escolher a cerveja quando um senhor ao lado nos pergunta se somos de Portugal, após a nossa resposta afirmativa ele disse que no nosso país tínhamos um "special one". Muito bem, quando se diz isto, em quem se pensa? Claro, no Mourinho, e foi exactamente isso que dissemos. A cara de espanto dele deixou-nos curiosas. Não, não era de futebol que ele estava a falar, mas sim de Fernando Pessoa (toma lá, embrulha). Depois de uns minutos de conversa, não saímos de lá sem escrever num livro que ele lá tinha a palavra "saudade" que ele queria pesquisar ao chegar a casa.
Dia seguinte, os campos de concentração.
Ultima noite e gastar os ultimos tostões em cerveja... tenho a dizer, grande noite. Duas fafenses em Cracóvia com muita gargalhada pelo meio.

Denmark

O prometido é devido.
Após insistência, curiosidade e necessidade fiz as minhas malas para passar uns dias na Dinamarca na companhia de um grande amigo, nada mais nada menos que o Alex.
Primeira impressão, o frio. Saí de Portugal com 25 graus e cheguei lá com 10. O que tenho a recordar destes dias, antes de mais por ser extremamente bem recebida, depois pela tarde e noite de sexta nos copos com o pessoal da Siemens, depois pela viagem a Copenhaga e finalmente pela visita à LEGO, mas vamos por partes...
Sexta à tarde em Vejle e uns cromos a beber cerveja com uma musica de fundo quase em repeat que se manteve para o resto da semana... e o melhor de tudo... ver os dinamarqueses a dançar... Dia seguinte de manhã, meios mortos lá fomos para a capital. Um dia pela cidade com Christiania na lista, a tão conhecida "cidade livre" mesmo no coração de uma outra cidade. A seguir a tão famosa marginar e finalmente a rua comercial. Ficou por ver a sereia, fica para uma próxima. Brinde do dia? Uma multa de estacionamento :/
Dia seguinte... LEGOLÂNDIA :D Ok, sou uma criança com 33 anos de idade que se diverte à brava em parques de diversão...
Dinamarca, frio, mas um país onde me imaginaria a viver. Até uma próxima :)

segunda-feira, 19 de agosto de 2013

Dubai

No aeroporto tínhamos o Pedro, um outro Pedro, à nossa espera. Sendo amigo e estando a viver no Dubai à ano e meio, foi o nosso alojamento. Antes de irmos até casa, e uma vez que ele não poderia fazer-nos companhia no dia seguinte, fez-nos uma pequena visita guiada pelo Dubai durante a noite. Nessa noite, o que mais me impressionou foi o tamanha da Palm Jumeira, a primeira Palmeira artificial construída no Dubai. Tinha ideia que aquilo seria grande, mas é gigantesco. Ao final do caule tem o famosíssimo hotel Atlantis que merece uma foto à noite, mesmo que a máquina fotográfica não seja a melhor.




No dia seguinte bem cedo, já estávamos na rua com aquele calor infernal. Durante a manhã fomos percorrer a Marina Bay, muito lentamente e com muitas paragens pois o calor não permite grandes correrias.





Depois do almoço fomos apanhar um barquinho até aos souks para dar uma voltinha por lá.





Ao final da tarde regressámos a casa para tomar um bom e merecido banho, e fomos os três jantar ao maior centro comercial do mundo, que possui um aquário gigantesco que até tubarões tem. A mesa para jantar não podia ser melhor. Numa esplanada com vista para o lago e para o Burj Khalifa. De meia em meia hora éramos encantados com o espectaculo de água e música no lago. É absolutamente incrível, daí a razão de estarem lá milhares de pessoas. Enquanto olhava para tudo aquilo passou-me pela cabeça toda a viagem, que há 3 semanas estava a comer num antro em Myanmar, que agora estava num dos locais mais ricos do planeta e que no dia seguinte vinha para a minha realidade, a Peninsula Ibéria. Todo o intervalo de diferenças culturais e económicas que tinha vivido nas ultimas semanas vieram-me à cabeça enquanto as luzes entravam pelos olhos e a música pelos ouvidos. Não imagino momento melhor para terminar a minha viagem senão ali, rodeada por árabes, com música asiática, a jantar com portugueses e com o Burj Khalifa como pano de fundo...






Dia seguinte, despertador para as 5h30m e um ultimo voo, o sempre tristonho voo de regresso, mas a feliz satisfação que tudo correu bem.
Next stop: Who knows? Somewhere in this amazing planet we live...

Ubud, Bali @ Indonesia

Esta pequena localidade inundada de turistas é considerada o centro espiritual de Bali, também chamada a ilha dos deuses. Pensava que iria encontrar uma pequena vila, mas aquilo que vi foi uma localidade muito maior do que imaginava, cheia de carros e turistas a entupir estradas e passeios. Graças à sugestão do Sebastian e da Martha, fomos jantar ao restaurante Ibu Rai. Ao chegar, vimos fila para entrar e estávamos mesmo para desisitir, ainda bem que ficamos, a espera foi apenas de 2 minutos e foi-nos atribuída uma mesa no jardim à luz das velas. Tudo eram velas, não se via uma única luz artificial. Se o ambiente era extremamente intimo, a comida foi divinal.... volto a repetir.... divinal. Entre cocktails, entradas e dois pratos tivemos um jantar delicioso por menos de 30 euros. Se este valor em Ubud é elevado, o mesmo jantar em qualquer local da europa não ficaria a menos de 100 euros. Tudo era requintado ao pormenor, desde a música à apresentação dos pratos. Não sei se Bali é ou não a ilha dos deuses, mas Ubud de certeza que é o local onde se come divinalmente. A comprovar, todos os restaurantes que fomos a seguir, em todos eles comemos como muito raramente acontece e sempre por preços bastante acessíveis.




O hotel era um templo Hindu, como quase todos os hotéis de Ubud. Existe um templo central e constroem alojamentos individuais em torno. Não posso dizer que foi o melhor quarto em que fiquei, muito longe disso, mas como beleza exterior foi sem duvida um dos mais belos. Era normal estarmos à noite na zona comum e ouvir o dono do hotel a tocar um instrumento típico da ilha, o que claro, dá sempre aquela indescritível sensação de estar longe de casa.



Um dia completo em Ubud e teria de ser aproveitado ao máximo. Assim, logo pelas 9h da manhã estávamos no carro do nosso guia para visitar plantações de café, terraços de arroz e templos. Na plantação de café, passeámos por lá uns minutos, vimos os famosos Luwaks de onde deriva o café mais caro do mundo e deram-nos a experimentar 15 amostras de café e chás que lá produzem. Como vezes não são vezes, decidimos experimentar uma chávena do famoso café Luwak por 5 dolares. Pode parecer caro, mas na europa custa 50 libras. Os terraços de arroz são sulcos e mais sulcos verdejantes com palmeiras e outras árvores de cenário de fundo. A dizer assim pode não parecer muito interessante, mas na realidade é uma paisagem que além de bela, traz uma sensação de tranquilidade quando se olha para ela.







Dos templos que visitámos, o mais bonito é também o mais cansativo porque são centenas de escadas a descer para o visitar, que claro, depois vão ter de se subir. O templo Gunung Kawi possui umas gigantescas incrustações nas rochas, mas mais do que isso, a descida vale pelo belíssimo enquadramento verde onde está o templo. Na descida até ao rio, local onde está o templo, passa-se por terraços de arroz e o cenário verdejante envolvente do templo e do rio é que dá uma rara beleza ao templo.




Pela tarde, fomos até à Monkey Forest, uma área de árvores centenárias e algumas milenares, com um espesso manto verde tanto nos troncos como nas construções em pedra espalhadas pelo local. O nome de floresta dos macacos não foi dado à toa, na realidade aquele é o espaço dos macacos, não são dois nem três que se têm de procurar, mas sim milhares espalhados em cada metro daquele espaço. Sinceramente, pela beleza natural do local, pelos macacos e pela harmonia entre obra humana e natural, achei todo aquele espaço como um dos mais bonitos que vi até hoje.







Ubud tem outra característica, para além ser o melhor local do mundo para se comer (não estou a brincar), tem lojas de fazer perder a cabeça a qualquer mulher. Geralmente não sou consumista e passo bem sem recordações de viagens, para além do típico postal, mas nesta terriola, qualquer loja dá para ficar de olhos colados, seja roupa, objectos, pintura... qualquer coisa, é preciso ter força de vontade para seguir caminho e não entrar nas lojas.
Após a curta passagem por Ubud, tínhamos pela frente um longo dia, primeiro apanhar um taxia até ao aeroporto, depois voo para Jakarta, 5h de escala e mais um voo de 8h até ao Dubai. Deste dia três recordações, a primeira foi ao entrar no voo da Air Asia em Denpassar, verificar que a música que estava a dar era portuguesa do Tim, a segunda foi o ataque de riso que me deu quando vi duas senhoras asiáticas (talvez chinesas) a subir umas escadas de avião a 30 metros das escadas que realmente davam ao avião. Mas como é possível terem subido as escadas sem reparar que faltava lá um avião, não é uma coisa pequena!!!!
Finalmente, foi a espera em Jakarta que custou bem menos uma vez que graças ao Pedro tivemos acesso ao lounge do Citi. Comer e mais comer à parolos, bons sofás, internet e tudo mais que precisássemos, assim custa pouco. 6h da tarde, e uma coça de avião até à ultima paragem, o Dubai.

Lembongan @ Indonesia

Mais um dia, mais um voo, parece que não faço mais nada ultimamente. Este voo era desejado por 2 razões: seria a primeira vez que atravessaria a linha do equador e porque estavam à minha espera uns merecidos dias de descanso na praia. Aterrei ao final da manhã em Denpassar e demorei mais de uma hora a sair do aeroporto, tudo devido ao visto que graças à enorme fila demora muito tempo e fica por 25 dolares. Cá fora, foi só apanhar um táxi para o porto de Sanur para apanhar um barco. Como não tínhamos bilhete, foi o simpático taxista que a meio da viagem telefonou para um agente e reservou bilhetes. O bilhete de ida e volta fica aproximadamente 32 euros. É caro, mas é um fast boat e inclui transfer para o hotel, novamente para o barco e para o nosso próximo destino que ficava a 40km do porto de Sanur, portanto, vistas assim as coisas não é assim tão caro. Já em Lembongan, a primeira impressão é que a ilha é interessante, mas incomparável às praias da Tailândia. Quando cheguei ao hotel, Lotus Garden, um acolhedor resort de 6 cabaninhas gerido por uma incrivelmente simpática família, fomos recebidos pelo responsável, que apresentou a mulher, pai, irmão, primos e por aí adiante. Instantaneamente sentimo-nos em casa. O hotel ficava a uns meros 50m da Secret Beach, uma pequena e encantadora praia quase deserta rodeada lateralmente por penedos que escondia a sua localização e atrás por árvores o que dá um ar selvagem a uma praia, tal como gosto. Nesse mesmo dia, fizeram no hotel um jantar para os hóspedes, poucos claro, uma vez que são poucas cabanas. Era comum, ao final do dia juntarmo-nos na área comum entre a piscina e o balcão de bar/recepção para beber uma cerveja e estarmos todos na conversa. Entre os hóspedes encontravam-se dois muito simpáticos alemães, a Martha e o Sebastian com os quais partilhámos algumas noitadas entre cerveja, muita conversa e muito riso, quem sabe um dia não os encontraremos algures num outro país. Três dias que passaram a voar entre a Mushroon beach e a Secret beach, com umas fabulosas massagens na praia a 4 euros, claro que usei e abusei... Como no hotel não tinha restaurante, lá tínhamos de sair de lanterna em punho até à pequena aldeia da Mushroom, contando pequenos sapos pelo caminho, o máximo numa só passagem, que não seriam mais de 70m, foram 8 sapos. Logo na primeira noite ficámos fãs do restaurante Alam Nusa pela qualidade da comida, pelo preço e pela simpatia. No dia seguinte ao almoço fomos lá novamente e mal entrámos já nos chamavam pelo nome e ficavam um bom tempo na conversa enquanto não vinha a comida. Dia após dia lá íamos nós, cada vez com mais conversa e mais risos entre nós e as simpáticas pessoas de lá. Ainda aprenderam umas palavras em português e estavam convencidas que em Portugal toda a gente conhecia pessoalmente o Cristiano Ronaldo... pois!!!! De todas as pessoas, a que mais chamava a atenção era uma senhora mais velha, gerente do restaurante que se ria imenso sempre que a chamávamos de Wayan number one in Bali, pois foi assim que se apresentou e explicou que em Bali existem apenas quatro nomes, de origem Hindu, e o nome dela era o mais usado. Volta e meia lá dizia ela, “Thanks for talk talk”, em forma de agradecimento por poder treinar o inglês connosco. Ao final de um tempo, tanto no restaurante como no hotel, era completamente normal perguntarem onde estivemos, o que fizemos e para onde íamos. Se estivéssemos para sair, lá vinha uma pergunta do outro lado do jardim “Where you go?”, o que naturalmente se fosse num outro local, o mais evidente a fazer era dizer que para se meterem na vida deles, mas aqui, onde tudo é tão genuíno e amável, lá dizíamos sempre para onde íamos. Ou então, se estava com computador no restaurante que aconteceu quando tive de fazer o concurso de professores, lá se punham atrás de mim a olhar com a cabeça por cima do meu ombro e a perguntar o que estava a fazer. Tudo era questionado, não por maldade mas por curiosidade inocente. Na ilha, não tinha o mar mais quente que já vi, nem o mais calmo. Vale claro, anos a crescer ao lado do Atlântico para saber um pouco quando se deve ou não entrar na água. Quando a maré estava vazia, era impensável tomar banho, conseguia-se andar mais de 100m e a água não passava do joelho e o chão picava de tanto coral morto espalhado. Agora, uma coisa fabulosa é o snorkling. Existem barcos que levam os turistas aos melhores locais por 15 euros por pessoa. Os barcos são muito pequenos e não cabem mais de 4 pessoas. Apesar de parar apenas em 2 locais, os corais, peixes e a riqueza do mar são muito melhores aos que vi na Tailândia. Daqui também levo a recordação de uma estranha invasão durante a noite. A cabana era nova e muito decente, que até tinha ar condicionado. Antes de dormir, o Pedro abriu um pequeno pacote de bolachas, comeu algumas e com receio das formigas fechou o pacote, colocou dentro de um outro saco bem fechado e meteu dentro da mochila também fechada. Resultado: de manhã vimos cordões e tecido da mochila espalhados pelo chão e qual não foi o nosso espanto ao ver que a mochila tinha um buraco e os sacos das bolachas estavam abertos. Que bicho foi, ainda hoje não sabemos nem nunca saberemos, mas de certeza que formigas não foram... Uma coisa tão básica que é pagar o hotel de cartão multibanco, ali significou uma viagem de 5 minutos de mota até outro hotel. Dei conta do Pedro sair do balcão para ir pagar, mas ao fim de 10 minutos achei estranho não ter regressado. Perguntei ao senhor do hotel se demorava o pagamento, ao que me responde com um sorriso que a viagem de mota demorava 5 minutos até ao local do pagamento porque era uma ilha pequena. Ah ok, percebi então que o pagamento não era lá no hotel. Ao final de 3 rápidos dias, foi com lamento que me despedi aquelas fantásticas pessoas e me meti no barco de regresso à ilha de Bali.