segunda-feira, 21 de setembro de 2009

Quando a saudade bate à porta

Há dias destes... Quando tudo o que vejo é saudade... Quando o presente são recordações, quando o futuro foi arrancado sem qualquer piedade... Resta o peso de quem nada podia fazer para evitar, a fé num lugar na terra e a saudade vestida de luto enterrada no fundo da alma...

Entre o devia ser e o ser está toda a diferença.

Só para ti que sei que adoravas "125 azul" que agora percebo faz todo o sentido
Foi sem mais nem menos
Que um dia selei a 125 azul
Foi sem mais nem menos
Que me deu para abalar sem destino nenhum
Foi sem graça nem pensando na desgraça
Que eu entrei pelo calor
Sem pendura que a vida já me foi dura
P´ra insistir na companhia
O tempo não me diz nada
Nem o homem da portagem na entrada da auto-estrada
A ponte ficou deserta nem sei mesmo se Lisboa
Não partiu para parte incerta
Viva o espaço que me fica pela frente e não me deixa recuar
Sem paredes, sem ter portas nem janelas
Nem muros para derrubar
Talvez um dia me encontre
Assim talvez me encontre
Curiosamente dou por mim pensando onde isto me vai levar
De uma forma ou outra há-de haver uma hora para a vontade de parar
Só que à frente o bailado do calor vai-me arrastando para o vazio
E com o ar na cara, vou sentindo desafios que nunca ninguém sentiu
Talvez um dia me encontre
Assim talvez me encontre
Entre as dúvidas do que sou e onde quero chegar
Um ponto preto quebra-me a solidão do olhar
Será que existe em mim um passaporte para sonhar
E a fúria de viver é mesmo fúria de acabar
Foi sem mais nem menos
Que um dia selou a 125 azul
Foi sem mais nem menos
Que partiu sem destino nenhum
Foi com esperança sem ligar muita importância àquilo que a vida quer
Foi com força acabar por se encontrar naquilo que ninguém quer
Mas Deus leva os que ama
Só Deus tem os que mais ama

3 comentários:

  1. Ai!Ai!Ai! Tá mau por aí. Cuidado com o ensimesmamento, tira-nos vitalidade. Mas também se reconhece a saudade é uma tristeza doce.
    Gostei mais da sua introdução do que a letra dos Trovante.
    Só uma demonstração de ignorância: a expressão 125 azul refere-se a quê, à estrada nacional do Algarve?

    ResponderEliminar
  2. 125 azul refere-se a uma mota.

    E neste caso, a saudade não é uma tristeza doce, é mesmo saudade no mais profundo sentido da palavra. Saudade de alguém que muito amei, que ainda amo, com quem era extremamente feliz, mas que infelizmente ocorreu a unica coisa que nos podia ter separado. Eu estou viva, e ele não...
    E os dias passam e por vezes esquecemos ou tentamos esquecer, mas volta e meia, independentemente do tempo que tenha passado, bate algo à porta. É a saudade...

    ResponderEliminar
  3. Compreendo a tua dor... a dor de perder alguém... a dor de nada poder fazer face à maior das impossibilidade… A Morte. Face à morte, encaramos de frente a grande austeridade da humanidade… a vida sem aqueles que amamos. Como eu te entendo!!!

    Adoro a musica, já agora.

    ResponderEliminar