terça-feira, 25 de agosto de 2015

Concertos

Esta vai ser difícil, mas vou tentar... Neste período de tempo sem dar aqui notícias fui a vários concertos, o que será difícil de me lembrar de todos. Pelo menos os mais memoráveis ou recentes...

Sigur rós: Coliseu do Porto, há 1 ou 2 anos... Sigur rós, uma das minhas bandas de eleição que me fazem levitar com as suas musicas do divino. 



The National: em Madrid dia 30 Outubro de 2014, esta data não me esqueço, foi o dia que deixei de trabalhar no call center... Grande concerto, com abertura de The Kooks.



Bob Dylan: Madrid em final de Junho ou início de Julho deste ano. Foi presente de aniversário do Pedro. O pobre Bob é uma sombra da força criativa que foi. Há que dar valor pois com a sua idade avançada deu um concerto de 2h, mas não é nem de perto nem de longe o melhor concerto qye vi.



Divine Comedy: Madrid em Julho. Grande, grande, grande... Pelo tremendo concerto que dão, pela naturalidade, pelo espaço envolvente (ao ar livre num jardim) e pelo público, coloco este concerto sem duvida no meu top3.




Adeus Portugal

Portugal é o meu lar... 

Com um futuro incerto em Portugal e com o Pedro em Madrid, era já tempo de tomar uma decisão... Arriscar, começar do zero uma carreira profissional. 

A escolha de Madrid era óbvia e simples, não se compara a chegar sozinha a um país sem conhecer ninguém e procurar emprego. Bastaram 2 meses a enviar CV para Madrid para ser chamada a uma entrevista. Nem de perto nem de longe era um emprego de sonho, mas era algo... era um trabalho e era um começo. Além disso, não era exigido espanhol e era a oportunidade de conseguir os documentos para ser residente em Espanha. Contactada numa terça em meados de Junho, quarta estava no carro com mala cheia de roupa (no caso de conseguir o emprego...) e quinta na entrevista. Correu bem, se bem que para trabalhar em chat num call center não seja necessário um doutoramento. E assim foi, na semana seguinte começo a trabalhar num emprego que detestei, mas que me pagava as contas ao final do mês e que permitiu conhecer pessoas que ainda hoje saio para beber uma cerveja. Até final de Outubro, basicamente madrugava e lá ía eu de metro 1h até chegar ao emprego... Entretanto fiquei sem emprego, mas a verdade é que já estava pelos cabelos daquilo... 

Recomeçar... enviar CV, agora talvez um pouco mais fácil por já ter todos os documentos espanhóis. 

Um mês depois sou contactada para ir a uma entrevista. 300 pessoas para uma vaga de marketing numa empresa de biotecnologia. Lá vou eu, tranquila da vida sem saber muito bem o que me esperava e sem saber sequer se a empresa era decente ou não, uma vez que na oferta não tinha o nome. Entrando no hall, percebe-se de imediato que isto está a anos luz de um call center. Primeira entrevista check, segunda entrevista check, testes check... finalmente, ultima entrevista check. Confesso que conforme ía avançando e conhecendo melhor a empresa, por vários momentos duvidei que conseguisse. Isto por várias razões. A primeira é que seria um emprego a sério, coisa que com 34 anos e depois de nunca ter conseguido trabalhar mais de 12 meses seguidos se começa a duvidar da sorte. A segunda é que era muita gente a concorrer, e de certeza tão ou mais competentes que eu, só me restava uma coisa... esperar que gostassem de mim, não pelo experiência (que em marketing era zero), não pela competência, mas sim pela pessoa que sou... Numa sexta feira... JACKPOT... Recebo um telefonema a dizer que começava a trabalhar na semana seguinte, nem mais nem menos 22 de Dezembro... Entretanto passaram 8 meses, e se há pequenas coisas que não gosto, no geral posso dizer que sou uma grande sortuda pelo emprego e companheiros que tenho, além da estabilidade profissional que tudo indica que terei, coisa que até agora nem sonhara. Aos 34 anos, soube pela primeira vez na minha vida o que é estar nos quadros... 

Entretanto, com esta estabilidade, assim como a do Pedro, era altura de procurarmos uma casinha para nós... Conseguimos uma muito catita com 2 quartos, mais que suficiente para nós. Se a piscina era obrigatória, o ginásio no condomínio foi um bónus. 

Fazendo o balanço deste ano e meio, posso dizer que as coisas acabaram por correr muito bem... Por vezes recomeçar do zero é mesmo o melhor.

Ressuscitando o blog

Quase 2 anos depois decidi recuperar este meu pequeno espaço. Isto porque ocorreram acontecimentos bastante interessantes na minha vida que posteriormente, daqui a uns bons tempos, sei que irei gostar de ler e relembrar algumas coisas que sem estarem escritas, o mais provável é que ficariam no esquecimento.

Na última publicação tinha 33 anos, era uma professora desempregada a viver em Fafe, à espera todas as semanas por uma colocação em escolas que nunca chegou. Conhecia grande parte da Europa e tinha na bagagem 2 viagens à Ásia. Namorava com o Pedro, o que implicava bastantes viagens a Madrid. Por Fafe, ía tomar um café no final de almoço e jantar ao Jovs, onde se davam duas de treta, lia-se o jornal e pouco mais. Em casa, o tempo era passado em frente ao computador a procurar emprego, enviar CV com pouca esperança de serem abertos e ver umas séries. 

 Hoje, 25 de Agosto de 2015, com 35 anos cumpridos recentementes as coisas são bastante diferentes. Tal como muita gente abandonei o país. Vivo com o Pedro numa casa muita catita em Madrid. Troquei o ensino de Portugal por marketing em Espanha. As viagens de fim de semana são agora feitas a Fafe. E finalmente na bagagem, adicionei um continente que muita ansiava... África. 


segunda-feira, 2 de dezembro de 2013

Krakow

Depois de me terem cancelado a viagem há 3 anos, desta vez foi de vez. Cheguei por volta do meio dia e ao final do dia já estaria com a Silvia. Pouco tempo na cidade e tem de se andar da perna, por isso, mal cheguei e pousei as coisas no hostel fui dar uma volta pelo centro da cidade e planear o dia seguinte até aos campos de concentração. Ao final do dia fui buscar a Silvia e primeira coisa a fazer... comer. Depois fomos beber uma cervejinha a um bar muito agradável quando aconteceu um episódio curioso. Estávamos ao balcão a escolher a cerveja quando um senhor ao lado nos pergunta se somos de Portugal, após a nossa resposta afirmativa ele disse que no nosso país tínhamos um "special one". Muito bem, quando se diz isto, em quem se pensa? Claro, no Mourinho, e foi exactamente isso que dissemos. A cara de espanto dele deixou-nos curiosas. Não, não era de futebol que ele estava a falar, mas sim de Fernando Pessoa (toma lá, embrulha). Depois de uns minutos de conversa, não saímos de lá sem escrever num livro que ele lá tinha a palavra "saudade" que ele queria pesquisar ao chegar a casa.
Dia seguinte, os campos de concentração.
Ultima noite e gastar os ultimos tostões em cerveja... tenho a dizer, grande noite. Duas fafenses em Cracóvia com muita gargalhada pelo meio.

Denmark

O prometido é devido.
Após insistência, curiosidade e necessidade fiz as minhas malas para passar uns dias na Dinamarca na companhia de um grande amigo, nada mais nada menos que o Alex.
Primeira impressão, o frio. Saí de Portugal com 25 graus e cheguei lá com 10. O que tenho a recordar destes dias, antes de mais por ser extremamente bem recebida, depois pela tarde e noite de sexta nos copos com o pessoal da Siemens, depois pela viagem a Copenhaga e finalmente pela visita à LEGO, mas vamos por partes...
Sexta à tarde em Vejle e uns cromos a beber cerveja com uma musica de fundo quase em repeat que se manteve para o resto da semana... e o melhor de tudo... ver os dinamarqueses a dançar... Dia seguinte de manhã, meios mortos lá fomos para a capital. Um dia pela cidade com Christiania na lista, a tão conhecida "cidade livre" mesmo no coração de uma outra cidade. A seguir a tão famosa marginar e finalmente a rua comercial. Ficou por ver a sereia, fica para uma próxima. Brinde do dia? Uma multa de estacionamento :/
Dia seguinte... LEGOLÂNDIA :D Ok, sou uma criança com 33 anos de idade que se diverte à brava em parques de diversão...
Dinamarca, frio, mas um país onde me imaginaria a viver. Até uma próxima :)

segunda-feira, 19 de agosto de 2013

Dubai

No aeroporto tínhamos o Pedro, um outro Pedro, à nossa espera. Sendo amigo e estando a viver no Dubai à ano e meio, foi o nosso alojamento. Antes de irmos até casa, e uma vez que ele não poderia fazer-nos companhia no dia seguinte, fez-nos uma pequena visita guiada pelo Dubai durante a noite. Nessa noite, o que mais me impressionou foi o tamanha da Palm Jumeira, a primeira Palmeira artificial construída no Dubai. Tinha ideia que aquilo seria grande, mas é gigantesco. Ao final do caule tem o famosíssimo hotel Atlantis que merece uma foto à noite, mesmo que a máquina fotográfica não seja a melhor.




No dia seguinte bem cedo, já estávamos na rua com aquele calor infernal. Durante a manhã fomos percorrer a Marina Bay, muito lentamente e com muitas paragens pois o calor não permite grandes correrias.





Depois do almoço fomos apanhar um barquinho até aos souks para dar uma voltinha por lá.





Ao final da tarde regressámos a casa para tomar um bom e merecido banho, e fomos os três jantar ao maior centro comercial do mundo, que possui um aquário gigantesco que até tubarões tem. A mesa para jantar não podia ser melhor. Numa esplanada com vista para o lago e para o Burj Khalifa. De meia em meia hora éramos encantados com o espectaculo de água e música no lago. É absolutamente incrível, daí a razão de estarem lá milhares de pessoas. Enquanto olhava para tudo aquilo passou-me pela cabeça toda a viagem, que há 3 semanas estava a comer num antro em Myanmar, que agora estava num dos locais mais ricos do planeta e que no dia seguinte vinha para a minha realidade, a Peninsula Ibéria. Todo o intervalo de diferenças culturais e económicas que tinha vivido nas ultimas semanas vieram-me à cabeça enquanto as luzes entravam pelos olhos e a música pelos ouvidos. Não imagino momento melhor para terminar a minha viagem senão ali, rodeada por árabes, com música asiática, a jantar com portugueses e com o Burj Khalifa como pano de fundo...






Dia seguinte, despertador para as 5h30m e um ultimo voo, o sempre tristonho voo de regresso, mas a feliz satisfação que tudo correu bem.
Next stop: Who knows? Somewhere in this amazing planet we live...

Ubud, Bali @ Indonesia

Esta pequena localidade inundada de turistas é considerada o centro espiritual de Bali, também chamada a ilha dos deuses. Pensava que iria encontrar uma pequena vila, mas aquilo que vi foi uma localidade muito maior do que imaginava, cheia de carros e turistas a entupir estradas e passeios. Graças à sugestão do Sebastian e da Martha, fomos jantar ao restaurante Ibu Rai. Ao chegar, vimos fila para entrar e estávamos mesmo para desisitir, ainda bem que ficamos, a espera foi apenas de 2 minutos e foi-nos atribuída uma mesa no jardim à luz das velas. Tudo eram velas, não se via uma única luz artificial. Se o ambiente era extremamente intimo, a comida foi divinal.... volto a repetir.... divinal. Entre cocktails, entradas e dois pratos tivemos um jantar delicioso por menos de 30 euros. Se este valor em Ubud é elevado, o mesmo jantar em qualquer local da europa não ficaria a menos de 100 euros. Tudo era requintado ao pormenor, desde a música à apresentação dos pratos. Não sei se Bali é ou não a ilha dos deuses, mas Ubud de certeza que é o local onde se come divinalmente. A comprovar, todos os restaurantes que fomos a seguir, em todos eles comemos como muito raramente acontece e sempre por preços bastante acessíveis.




O hotel era um templo Hindu, como quase todos os hotéis de Ubud. Existe um templo central e constroem alojamentos individuais em torno. Não posso dizer que foi o melhor quarto em que fiquei, muito longe disso, mas como beleza exterior foi sem duvida um dos mais belos. Era normal estarmos à noite na zona comum e ouvir o dono do hotel a tocar um instrumento típico da ilha, o que claro, dá sempre aquela indescritível sensação de estar longe de casa.



Um dia completo em Ubud e teria de ser aproveitado ao máximo. Assim, logo pelas 9h da manhã estávamos no carro do nosso guia para visitar plantações de café, terraços de arroz e templos. Na plantação de café, passeámos por lá uns minutos, vimos os famosos Luwaks de onde deriva o café mais caro do mundo e deram-nos a experimentar 15 amostras de café e chás que lá produzem. Como vezes não são vezes, decidimos experimentar uma chávena do famoso café Luwak por 5 dolares. Pode parecer caro, mas na europa custa 50 libras. Os terraços de arroz são sulcos e mais sulcos verdejantes com palmeiras e outras árvores de cenário de fundo. A dizer assim pode não parecer muito interessante, mas na realidade é uma paisagem que além de bela, traz uma sensação de tranquilidade quando se olha para ela.







Dos templos que visitámos, o mais bonito é também o mais cansativo porque são centenas de escadas a descer para o visitar, que claro, depois vão ter de se subir. O templo Gunung Kawi possui umas gigantescas incrustações nas rochas, mas mais do que isso, a descida vale pelo belíssimo enquadramento verde onde está o templo. Na descida até ao rio, local onde está o templo, passa-se por terraços de arroz e o cenário verdejante envolvente do templo e do rio é que dá uma rara beleza ao templo.




Pela tarde, fomos até à Monkey Forest, uma área de árvores centenárias e algumas milenares, com um espesso manto verde tanto nos troncos como nas construções em pedra espalhadas pelo local. O nome de floresta dos macacos não foi dado à toa, na realidade aquele é o espaço dos macacos, não são dois nem três que se têm de procurar, mas sim milhares espalhados em cada metro daquele espaço. Sinceramente, pela beleza natural do local, pelos macacos e pela harmonia entre obra humana e natural, achei todo aquele espaço como um dos mais bonitos que vi até hoje.







Ubud tem outra característica, para além ser o melhor local do mundo para se comer (não estou a brincar), tem lojas de fazer perder a cabeça a qualquer mulher. Geralmente não sou consumista e passo bem sem recordações de viagens, para além do típico postal, mas nesta terriola, qualquer loja dá para ficar de olhos colados, seja roupa, objectos, pintura... qualquer coisa, é preciso ter força de vontade para seguir caminho e não entrar nas lojas.
Após a curta passagem por Ubud, tínhamos pela frente um longo dia, primeiro apanhar um taxia até ao aeroporto, depois voo para Jakarta, 5h de escala e mais um voo de 8h até ao Dubai. Deste dia três recordações, a primeira foi ao entrar no voo da Air Asia em Denpassar, verificar que a música que estava a dar era portuguesa do Tim, a segunda foi o ataque de riso que me deu quando vi duas senhoras asiáticas (talvez chinesas) a subir umas escadas de avião a 30 metros das escadas que realmente davam ao avião. Mas como é possível terem subido as escadas sem reparar que faltava lá um avião, não é uma coisa pequena!!!!
Finalmente, foi a espera em Jakarta que custou bem menos uma vez que graças ao Pedro tivemos acesso ao lounge do Citi. Comer e mais comer à parolos, bons sofás, internet e tudo mais que precisássemos, assim custa pouco. 6h da tarde, e uma coça de avião até à ultima paragem, o Dubai.