Portugal é o meu lar...
Com um futuro incerto em Portugal e com o Pedro em Madrid, era já tempo de tomar uma decisão... Arriscar, começar do zero uma carreira profissional.
A escolha de Madrid era óbvia e simples, não se compara a chegar sozinha a um país sem conhecer ninguém e procurar emprego.
Bastaram 2 meses a enviar CV para Madrid para ser chamada a uma entrevista. Nem de perto nem de longe era um emprego de sonho, mas era algo... era um trabalho e era um começo. Além disso, não era exigido espanhol e era a oportunidade de conseguir os documentos para ser residente em Espanha. Contactada numa terça em meados de Junho, quarta estava no carro com mala cheia de roupa (no caso de conseguir o emprego...) e quinta na entrevista. Correu bem, se bem que para trabalhar em chat num call center não seja necessário um doutoramento. E assim foi, na semana seguinte começo a trabalhar num emprego que detestei, mas que me pagava as contas ao final do mês e que permitiu conhecer pessoas que ainda hoje saio para beber uma cerveja. Até final de Outubro, basicamente madrugava e lá ía eu de metro 1h até chegar ao emprego... Entretanto fiquei sem emprego, mas a verdade é que já estava pelos cabelos daquilo...
Recomeçar... enviar CV, agora talvez um pouco mais fácil por já ter todos os documentos espanhóis.
Um mês depois sou contactada para ir a uma entrevista. 300 pessoas para uma vaga de marketing numa empresa de biotecnologia. Lá vou eu, tranquila da vida sem saber muito bem o que me esperava e sem saber sequer se a empresa era decente ou não, uma vez que na oferta não tinha o nome. Entrando no hall, percebe-se de imediato que isto está a anos luz de um call center. Primeira entrevista check, segunda entrevista check, testes check... finalmente, ultima entrevista check. Confesso que conforme ía avançando e conhecendo melhor a empresa, por vários momentos duvidei que conseguisse. Isto por várias razões. A primeira é que seria um emprego a sério, coisa que com 34 anos e depois de nunca ter conseguido trabalhar mais de 12 meses seguidos se começa a duvidar da sorte. A segunda é que era muita gente a concorrer, e de certeza tão ou mais competentes que eu, só me restava uma coisa... esperar que gostassem de mim, não pelo experiência (que em marketing era zero), não pela competência, mas sim pela pessoa que sou... Numa sexta feira... JACKPOT... Recebo um telefonema a dizer que começava a trabalhar na semana seguinte, nem mais nem menos 22 de Dezembro...
Entretanto passaram 8 meses, e se há pequenas coisas que não gosto, no geral posso dizer que sou uma grande sortuda pelo emprego e companheiros que tenho, além da estabilidade profissional que tudo indica que terei, coisa que até agora nem sonhara. Aos 34 anos, soube pela primeira vez na minha vida o que é estar nos quadros...
Entretanto, com esta estabilidade, assim como a do Pedro, era altura de procurarmos uma casinha para nós... Conseguimos uma muito catita com 2 quartos, mais que suficiente para nós. Se a piscina era obrigatória, o ginásio no condomínio foi um bónus.
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