domingo, 16 de maio de 2010

A lucidez da loucura

Uma reportagem tocante do Hospital Júlio de Matos, que inevitavelmente no final nos levanta uma questão... Quem são os loucos afinal?

"As frustrações e os sonhos de quem há muito aprendeu que a lucidez pode ser muito mais dolorosa do que a loucura."







Wish you were here, Pink Floyd

Então, então achas que consegues distinguir

O céu do inferno
O céu azul da dor.

Consegues distinguir um campo verde de um frio carril de aço?

Um sorriso de um véu?

Acha que posso dizer?

Fizeram-te trocar os heróis por fantasmas?

Cinzas quentes por árvores

Ar quente por uma brisa fria?

Conforto frio por mudança?

Trocaste um papel secundário na guerra

Por um papel principal numa jaula?

Como eu queria

Como eu queria que estivesses aqui.

Somos apenas duas almas perdidas a nadar num aquário,

Ano após ano,

Correndo sobre este mesmo velho chão.

O que encontraste?

Os mesmos velhos medos.

Queria que estivesses aqui.

2 comentários:

  1. ADOREI esta reportagem!!
    Acreditas que ia escrever sobre ela? :P
    E o que mais me arrepiou foi a letra no fim...

    (...)
    !!!

    Beijo

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  2. Olá Quelarinha! :)

    Sou uma fafense, tal como tu... embora apenas assaltada de epifanias dormentes.

    Sempre me cativaram os limites decentes da demência e os limites dementes da decência, como diria Pedro Barroso.

    Concordo com Fernando Pessoa, quando diz que
    "A loucura, longe de ser uma armadilha, é a condição normal humana. Não ter consciência dela, e ela não ser grande, é ser homem normal. Não ter consciência dela e ela ser grande, é ser louco. Ter consciência dela e ela ser pequena é ser desiludido. Ter consciência dela e ela ser grande é ser génio."

    Vivam os anormais!

    Parabéns pelo blog...

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