segunda-feira, 19 de agosto de 2013

Dubai

No aeroporto tínhamos o Pedro, um outro Pedro, à nossa espera. Sendo amigo e estando a viver no Dubai à ano e meio, foi o nosso alojamento. Antes de irmos até casa, e uma vez que ele não poderia fazer-nos companhia no dia seguinte, fez-nos uma pequena visita guiada pelo Dubai durante a noite. Nessa noite, o que mais me impressionou foi o tamanha da Palm Jumeira, a primeira Palmeira artificial construída no Dubai. Tinha ideia que aquilo seria grande, mas é gigantesco. Ao final do caule tem o famosíssimo hotel Atlantis que merece uma foto à noite, mesmo que a máquina fotográfica não seja a melhor.




No dia seguinte bem cedo, já estávamos na rua com aquele calor infernal. Durante a manhã fomos percorrer a Marina Bay, muito lentamente e com muitas paragens pois o calor não permite grandes correrias.





Depois do almoço fomos apanhar um barquinho até aos souks para dar uma voltinha por lá.





Ao final da tarde regressámos a casa para tomar um bom e merecido banho, e fomos os três jantar ao maior centro comercial do mundo, que possui um aquário gigantesco que até tubarões tem. A mesa para jantar não podia ser melhor. Numa esplanada com vista para o lago e para o Burj Khalifa. De meia em meia hora éramos encantados com o espectaculo de água e música no lago. É absolutamente incrível, daí a razão de estarem lá milhares de pessoas. Enquanto olhava para tudo aquilo passou-me pela cabeça toda a viagem, que há 3 semanas estava a comer num antro em Myanmar, que agora estava num dos locais mais ricos do planeta e que no dia seguinte vinha para a minha realidade, a Peninsula Ibéria. Todo o intervalo de diferenças culturais e económicas que tinha vivido nas ultimas semanas vieram-me à cabeça enquanto as luzes entravam pelos olhos e a música pelos ouvidos. Não imagino momento melhor para terminar a minha viagem senão ali, rodeada por árabes, com música asiática, a jantar com portugueses e com o Burj Khalifa como pano de fundo...






Dia seguinte, despertador para as 5h30m e um ultimo voo, o sempre tristonho voo de regresso, mas a feliz satisfação que tudo correu bem.
Next stop: Who knows? Somewhere in this amazing planet we live...

Ubud, Bali @ Indonesia

Esta pequena localidade inundada de turistas é considerada o centro espiritual de Bali, também chamada a ilha dos deuses. Pensava que iria encontrar uma pequena vila, mas aquilo que vi foi uma localidade muito maior do que imaginava, cheia de carros e turistas a entupir estradas e passeios. Graças à sugestão do Sebastian e da Martha, fomos jantar ao restaurante Ibu Rai. Ao chegar, vimos fila para entrar e estávamos mesmo para desisitir, ainda bem que ficamos, a espera foi apenas de 2 minutos e foi-nos atribuída uma mesa no jardim à luz das velas. Tudo eram velas, não se via uma única luz artificial. Se o ambiente era extremamente intimo, a comida foi divinal.... volto a repetir.... divinal. Entre cocktails, entradas e dois pratos tivemos um jantar delicioso por menos de 30 euros. Se este valor em Ubud é elevado, o mesmo jantar em qualquer local da europa não ficaria a menos de 100 euros. Tudo era requintado ao pormenor, desde a música à apresentação dos pratos. Não sei se Bali é ou não a ilha dos deuses, mas Ubud de certeza que é o local onde se come divinalmente. A comprovar, todos os restaurantes que fomos a seguir, em todos eles comemos como muito raramente acontece e sempre por preços bastante acessíveis.




O hotel era um templo Hindu, como quase todos os hotéis de Ubud. Existe um templo central e constroem alojamentos individuais em torno. Não posso dizer que foi o melhor quarto em que fiquei, muito longe disso, mas como beleza exterior foi sem duvida um dos mais belos. Era normal estarmos à noite na zona comum e ouvir o dono do hotel a tocar um instrumento típico da ilha, o que claro, dá sempre aquela indescritível sensação de estar longe de casa.



Um dia completo em Ubud e teria de ser aproveitado ao máximo. Assim, logo pelas 9h da manhã estávamos no carro do nosso guia para visitar plantações de café, terraços de arroz e templos. Na plantação de café, passeámos por lá uns minutos, vimos os famosos Luwaks de onde deriva o café mais caro do mundo e deram-nos a experimentar 15 amostras de café e chás que lá produzem. Como vezes não são vezes, decidimos experimentar uma chávena do famoso café Luwak por 5 dolares. Pode parecer caro, mas na europa custa 50 libras. Os terraços de arroz são sulcos e mais sulcos verdejantes com palmeiras e outras árvores de cenário de fundo. A dizer assim pode não parecer muito interessante, mas na realidade é uma paisagem que além de bela, traz uma sensação de tranquilidade quando se olha para ela.







Dos templos que visitámos, o mais bonito é também o mais cansativo porque são centenas de escadas a descer para o visitar, que claro, depois vão ter de se subir. O templo Gunung Kawi possui umas gigantescas incrustações nas rochas, mas mais do que isso, a descida vale pelo belíssimo enquadramento verde onde está o templo. Na descida até ao rio, local onde está o templo, passa-se por terraços de arroz e o cenário verdejante envolvente do templo e do rio é que dá uma rara beleza ao templo.




Pela tarde, fomos até à Monkey Forest, uma área de árvores centenárias e algumas milenares, com um espesso manto verde tanto nos troncos como nas construções em pedra espalhadas pelo local. O nome de floresta dos macacos não foi dado à toa, na realidade aquele é o espaço dos macacos, não são dois nem três que se têm de procurar, mas sim milhares espalhados em cada metro daquele espaço. Sinceramente, pela beleza natural do local, pelos macacos e pela harmonia entre obra humana e natural, achei todo aquele espaço como um dos mais bonitos que vi até hoje.







Ubud tem outra característica, para além ser o melhor local do mundo para se comer (não estou a brincar), tem lojas de fazer perder a cabeça a qualquer mulher. Geralmente não sou consumista e passo bem sem recordações de viagens, para além do típico postal, mas nesta terriola, qualquer loja dá para ficar de olhos colados, seja roupa, objectos, pintura... qualquer coisa, é preciso ter força de vontade para seguir caminho e não entrar nas lojas.
Após a curta passagem por Ubud, tínhamos pela frente um longo dia, primeiro apanhar um taxia até ao aeroporto, depois voo para Jakarta, 5h de escala e mais um voo de 8h até ao Dubai. Deste dia três recordações, a primeira foi ao entrar no voo da Air Asia em Denpassar, verificar que a música que estava a dar era portuguesa do Tim, a segunda foi o ataque de riso que me deu quando vi duas senhoras asiáticas (talvez chinesas) a subir umas escadas de avião a 30 metros das escadas que realmente davam ao avião. Mas como é possível terem subido as escadas sem reparar que faltava lá um avião, não é uma coisa pequena!!!!
Finalmente, foi a espera em Jakarta que custou bem menos uma vez que graças ao Pedro tivemos acesso ao lounge do Citi. Comer e mais comer à parolos, bons sofás, internet e tudo mais que precisássemos, assim custa pouco. 6h da tarde, e uma coça de avião até à ultima paragem, o Dubai.

Lembongan @ Indonesia

Mais um dia, mais um voo, parece que não faço mais nada ultimamente. Este voo era desejado por 2 razões: seria a primeira vez que atravessaria a linha do equador e porque estavam à minha espera uns merecidos dias de descanso na praia. Aterrei ao final da manhã em Denpassar e demorei mais de uma hora a sair do aeroporto, tudo devido ao visto que graças à enorme fila demora muito tempo e fica por 25 dolares. Cá fora, foi só apanhar um táxi para o porto de Sanur para apanhar um barco. Como não tínhamos bilhete, foi o simpático taxista que a meio da viagem telefonou para um agente e reservou bilhetes. O bilhete de ida e volta fica aproximadamente 32 euros. É caro, mas é um fast boat e inclui transfer para o hotel, novamente para o barco e para o nosso próximo destino que ficava a 40km do porto de Sanur, portanto, vistas assim as coisas não é assim tão caro. Já em Lembongan, a primeira impressão é que a ilha é interessante, mas incomparável às praias da Tailândia. Quando cheguei ao hotel, Lotus Garden, um acolhedor resort de 6 cabaninhas gerido por uma incrivelmente simpática família, fomos recebidos pelo responsável, que apresentou a mulher, pai, irmão, primos e por aí adiante. Instantaneamente sentimo-nos em casa. O hotel ficava a uns meros 50m da Secret Beach, uma pequena e encantadora praia quase deserta rodeada lateralmente por penedos que escondia a sua localização e atrás por árvores o que dá um ar selvagem a uma praia, tal como gosto. Nesse mesmo dia, fizeram no hotel um jantar para os hóspedes, poucos claro, uma vez que são poucas cabanas. Era comum, ao final do dia juntarmo-nos na área comum entre a piscina e o balcão de bar/recepção para beber uma cerveja e estarmos todos na conversa. Entre os hóspedes encontravam-se dois muito simpáticos alemães, a Martha e o Sebastian com os quais partilhámos algumas noitadas entre cerveja, muita conversa e muito riso, quem sabe um dia não os encontraremos algures num outro país. Três dias que passaram a voar entre a Mushroon beach e a Secret beach, com umas fabulosas massagens na praia a 4 euros, claro que usei e abusei... Como no hotel não tinha restaurante, lá tínhamos de sair de lanterna em punho até à pequena aldeia da Mushroom, contando pequenos sapos pelo caminho, o máximo numa só passagem, que não seriam mais de 70m, foram 8 sapos. Logo na primeira noite ficámos fãs do restaurante Alam Nusa pela qualidade da comida, pelo preço e pela simpatia. No dia seguinte ao almoço fomos lá novamente e mal entrámos já nos chamavam pelo nome e ficavam um bom tempo na conversa enquanto não vinha a comida. Dia após dia lá íamos nós, cada vez com mais conversa e mais risos entre nós e as simpáticas pessoas de lá. Ainda aprenderam umas palavras em português e estavam convencidas que em Portugal toda a gente conhecia pessoalmente o Cristiano Ronaldo... pois!!!! De todas as pessoas, a que mais chamava a atenção era uma senhora mais velha, gerente do restaurante que se ria imenso sempre que a chamávamos de Wayan number one in Bali, pois foi assim que se apresentou e explicou que em Bali existem apenas quatro nomes, de origem Hindu, e o nome dela era o mais usado. Volta e meia lá dizia ela, “Thanks for talk talk”, em forma de agradecimento por poder treinar o inglês connosco. Ao final de um tempo, tanto no restaurante como no hotel, era completamente normal perguntarem onde estivemos, o que fizemos e para onde íamos. Se estivéssemos para sair, lá vinha uma pergunta do outro lado do jardim “Where you go?”, o que naturalmente se fosse num outro local, o mais evidente a fazer era dizer que para se meterem na vida deles, mas aqui, onde tudo é tão genuíno e amável, lá dizíamos sempre para onde íamos. Ou então, se estava com computador no restaurante que aconteceu quando tive de fazer o concurso de professores, lá se punham atrás de mim a olhar com a cabeça por cima do meu ombro e a perguntar o que estava a fazer. Tudo era questionado, não por maldade mas por curiosidade inocente. Na ilha, não tinha o mar mais quente que já vi, nem o mais calmo. Vale claro, anos a crescer ao lado do Atlântico para saber um pouco quando se deve ou não entrar na água. Quando a maré estava vazia, era impensável tomar banho, conseguia-se andar mais de 100m e a água não passava do joelho e o chão picava de tanto coral morto espalhado. Agora, uma coisa fabulosa é o snorkling. Existem barcos que levam os turistas aos melhores locais por 15 euros por pessoa. Os barcos são muito pequenos e não cabem mais de 4 pessoas. Apesar de parar apenas em 2 locais, os corais, peixes e a riqueza do mar são muito melhores aos que vi na Tailândia. Daqui também levo a recordação de uma estranha invasão durante a noite. A cabana era nova e muito decente, que até tinha ar condicionado. Antes de dormir, o Pedro abriu um pequeno pacote de bolachas, comeu algumas e com receio das formigas fechou o pacote, colocou dentro de um outro saco bem fechado e meteu dentro da mochila também fechada. Resultado: de manhã vimos cordões e tecido da mochila espalhados pelo chão e qual não foi o nosso espanto ao ver que a mochila tinha um buraco e os sacos das bolachas estavam abertos. Que bicho foi, ainda hoje não sabemos nem nunca saberemos, mas de certeza que formigas não foram... Uma coisa tão básica que é pagar o hotel de cartão multibanco, ali significou uma viagem de 5 minutos de mota até outro hotel. Dei conta do Pedro sair do balcão para ir pagar, mas ao fim de 10 minutos achei estranho não ter regressado. Perguntei ao senhor do hotel se demorava o pagamento, ao que me responde com um sorriso que a viagem de mota demorava 5 minutos até ao local do pagamento porque era uma ilha pequena. Ah ok, percebi então que o pagamento não era lá no hotel. Ao final de 3 rápidos dias, foi com lamento que me despedi aquelas fantásticas pessoas e me meti no barco de regresso à ilha de Bali.





Singapore

Singapura é a cidade e o país do século seguinte. Tudo é demasiado perfeito e limpo. Depois de uma semana de caos em Myanmar, confesso que ver esta organização no transito, o atravessar a estrada e o andar no passeio foi um pouco estranho. Mal deixámos as malas no hotel que ficava em China Town fomos até ao centro financeiro ver os tremendos arranha-céus e depois disso até à Marina Bay tirar as típicas fotos do Merlion com o fabuloso hotel Marina Bay Sands como cenário de fundo. Após uma semana a comer arroz e frango, estava desesperada por um bom bife. E onde se comem sempre bons bifes? Exacto, nos pubs. Jantei um gigantesco bife com pimenta preta acompanhado por uma boa Guinness numa esplanada em Clark Quay que me soube pela vida. Mais voltinha e menos voltinha regressámos ao hotel.







Para o dia seguinte e com o calor que estava fomos de metro até Sentosa, uma ilha que parece um enorme parque de diversões. As diversões passam-me ao lado, mas se me falarem de praia com água quente já tem a minha atenção. A ilha tem aspecto de ser completamente artificial, feito a pensar unicamente no turismo. Na verdade não falta lá nada, mas parece que estamos num filme no futuro. A água é quentíssima, mas a vista não é a melhor. Apesar de tentarem disfarçar com umas pequenas ilhotas com árvores, na verdade toda a gente vê os enormes navios cargueiros e o porto do outro lado, o melhor é nem pensar na qualidade da água. Depois da praia, do almoço e de um duche (sim, porque existem balneários formidáveis espalhados ao longo da costa – eu disse que nesta ilha não falta nada) enquanto andávamos à procura do metro para sair da ilha, eis que aparece o Miguel, um amigo do Pedro de outras viagens… o mundo é mesmo pequeno… No regresso fomos dar uma volta até Little India e depois ao anoitecer fomos até Orchard road, conhecida pelos centros comerciais que ganha cor e brilho à noite quando tudo se ilumina. Útima voltinha em Chinatown, um maravilhoso jantar à base de camarão e cerveja e caminha. A coisa mais incrível que levo de Singapura é exactamente aquilo que disse no inicio, é como ver uma cidade do futuro, com ruas limpas, edifícios todos impecáveis, mesquitas, igrejas, templos hindus e budistas todos em harmonia, e claro, tudo isto leva a que a taxa de criminalidade seja muito próximo de zero. Saí de lá a pensar que deve ser o melhor local do planeta para viver.








Next day, flight to Denpasar, Bali.

domingo, 18 de agosto de 2013

Myanmar


"Myanmar, nome recuperado da antiga Birmânia em 1989, é um dos últimos recantos do globo a abrir-se aos viajantes e hoje em dia conserva boa parte do fascínio e autenticidade que sempre ocorrem nestas circunstâncias. Cinco décadas de isolamento, cortesia de um dos regimes militares mais fechados do mundo, Myanmar é, aos olhos de um viajante, um país cujo maior tesouro – apesar de milhares de pagodas medievais, grandes rios, lagos belíssimos e verdes montanhas – encontra-se sem alguma duvida nas suas gentes. A ausência de contacto com todos os demónios que acompanham inevitavelmente o turismo massivo dos dias actuais, e a persistência de uma cultura elevada, generosa e pura, resultou num povo educado, honrado e em muitos casos dotado de uma comovedora inocência. Pouco a pouco, umas poucas zonas do país já se vão acostumando ao turismo, mas ainda assim os visitantes encontrarão uma nação a anos luz, por exemplo da sua vizinha Tailândia. O mais impressionante nas gentes de Myanmar é a sua enorme dignidade, qualidade que numa dimensão geral não é fácil de encontrar nas sociedades ocidentais. Pobres e menos pobres, é difícil ver algum birmanês com algum mau gesto ou má expressão (quase todos sorriem quando cruzam os olhos connosco), uma má postura (ainda que esteja a vender fruta de cócoras), ou um olhar de esquina, chateado ou rancor - apesar de que desgraçadamente neste país, para a maior parte da população tais sentimentos estariam mais que justificados. Uma das formas mais elevadas de budismo também contribuíram para formar um povo pacífico (excepto os seus governos militares) sereno e bondoso. Uma viagem pelo Myanmar passa necessariamente pelas pagodas centenárias de Bagan, a calmaria das águas de Inle Lake, os animados bazares nocturnos de Yangon e os monumentais arredores de Mandalay; no entanto, o que se recorda com mais intensidade depois da viagem será o sorriso que dedicou a alguma anciã, o olhar inocente de uma criança, o conselho budista de um camponês para alcançar a paz de um sonho, ou as inocentes perguntas sobre a origem do viajante num inglês quase imperceptível. No Myanmar, hoje em dia não há problema em ser um viajante individual (nas zonas abertas ao turismo, entenda-se), mas a dose de aventuras e a frequente sensação de andar perdido num mundo estranho é garantido: comboios lentos, incómodos e lotados, antigos autocarros que realizam intermináveis e desconfortáveis trajectos por estradas cheias de buracos, táxis decrepitados, autocarros degradados, carroças de cavalos… a dificuldade no transporte para quem não optar por avião (ainda que, diga-se de passagem, tem as suas peculiaridades, onde operam companhias de aviação com escandalosos índices de acidentes) faz parte do atractivo num país onde fazer uma viagem de 200km pode-se tornar facilmente numa aventura de 8h. Os hóteis baratos, são, fora dos principais centros turísticos sinistros e tremendamente básicos, as tendas de comida locais apenas podem oferecer uma chávena de chá, um prato de arroz branco com uma taça de frango, uma sopa de peixe e noodles; os serviços turísticos são mínimos ou quase inexistentes fora de algumas populações; a grande maioria da população só entende e fala três ou quatro frases básicas em inglês no melhor dos casos, pelo que a comunicação terá de se limitar quase sempre a sorrisos e gestos. Apesar disso, todas estas circunstâncias convertem a visita a este país numa viagem fascinante, desconcertante, diferente e inesquecível."
Retirei este texto do “Guia Azul” que penso que caracteriza na perfeição o que é viajar pelo Myanmar, ou melhor, a grande aventura e lição que é percorrer este país.


Considerações sobre Myanmar:
- as decisões políticas fazem-se recorrendo a astrólogos.
- Os carros circulam pelo lado direito da estrada, apesar do volante estar à direita (sim, novamente culpa dos astrólogos), daí a razão porque os autocarros têm um condutor e ao lado um navegador a dar indicações de quando pode ou não ultrapassar.
- Na circulação, a prioridade é do veículo maior (mas sempre com a mão na buzina).
- Arranjar o visto não é difícil, mas dá trabalho. Em Portugal não existe embaixada. Arranjei o meu em Genebra e é necessário possuir bilhete de avião de entrada e saída do país e pelo menos o nome do hotel para a primeira noite. Apenas se pode entrar e sair via aérea por Yangon e mais recentemente também por Mandalay. Jamais dizer que se é advogado, jornalista, escritor ou membro de uma associação de direitos humanos.
- A melhor maneira de arranjar transportes e dormida pelo país é estando lá. Saí da europa apenas com um hotel marcado, nada mais. No hotel, tratam de tudo. No primeiro pedi para arranjarem hotel para o local seguinte e bilhete de autocarro. Nenhum turista precisa de fazer o mínimo de esforço para arranjar algo. Eles tratam de tudo, inclusive tranfers, tour e bilhetes de avião.
- Roaming não há, em Portugal nenhuma operadora tem contrato com Myanmar (telemóvel só mesmo para ver horas).
- Internet existe em muitos locais, a maioria dos hotéis já possui, mas a uma velocidade muito lenta. Surpresa das surpresas… O Facebook está acessível (yeahhhh).
- Antes de ir, li em vários locais para levar dólares porque era a moeda exigida aos turistas. Na realidade, o que encontrei foi bastante diferente. Apesar de se necessitar de alguns dólares, a grande maioria, desde hóteis, restaurantes ou vendedores de rua, começam a preferir kyats. Mas se uma pessoa tiver só dólares também aceitam. Pode fazer-se o câmbio nos hóteis, mas a taxa não é a melhor.
- Os homens andam com um pano enrolado à cintura que forma uma saia, chama-se longyi (quase todos andam assim). Mascam umas folhas com sementes no interior, o que permite a bela da visão de sorrirem com os dentes vermelhos parecendo que estão a sangrar. Para melhorar a visão, costumam cuspir isso para qualquer lado, encontrando-se para onde quer que se olhe manchas vermelhas.


Dito isto, eis a minha passagem por este inesquecível país.


 MANDALAY

 Cheguei a Mandalay num voo da Air Asia desde Bangkok no dia 26 de Julho. Quando se avista o aeroporto percebe-se logo que estamos a anos luz da civilização a que estamos acostumados. Uma boa surpresa foi o autocarro grátis da Air Ásia que transporta os passageiros até à cidade. Em Mandalay ficámos hospedados no Emperor Hotel, um pouco afastado do centro, numa zona bem mais calma sem os constantes apitos de motas e carros. Ao lado do hotel, uma boa surpresa para quem precisa de matar saudades da comida ocidental. O restaurante Bistro oferece uma grande variedade de pratos, com excelente comida e preços bastante acessíveis (média de 4000 kyats por prato). Com o passar do tempo, acostumamo-nos a fazerem vénias por tudo e por nada, nem que seja para trazer os talheres à mesa, mas no início é constrangedor. Resta devolver um sorriso sincero e agradecer. Caminhando para o centro da cidade, estava na expectativa de encontrar, pelo menos, uma pequena rua de hotéis com alguns turistas. Apesar de ter perfeita noção que o turismo neste país está a dar os primeiros passos, nunca imaginei que andaria horas pelo centro (leia-se, ruas e ruelas de casas degradadas, lixo, e muita confusão) sem encontrar um ocidental. Isto parece-me impossível em qualquer outra cidade considerada a segunda maior do país, mas aqui é uma realidade. Dois ocidentais percorrerem o mercado onde vendem todo o tipo de alimentos é um autêntico fenómeno, inevitavelmente todos ficam a olhar para nós e todos esboçam um sorriso quando olhamos para eles.




 Atravessei ruas onde centenas de pessoas vivem entre um muro e um canal de esgoto, algumas crianças a tomar lá banho, e nem por um segundo senti qualquer receio de insegurança, isto mesmo estando a ser observada por toda a gente.




 Mandalay, enquanto cidade não tem grande interesse, o verdadeiro tesouro está nos arredores. Para isso, pedimos no hotel um transporte para o dia seguinte. Por 40000 kyats, tivemos um táxi para todo o dia que nos levou até aos sítios de maior interesse. Uma passagem rápida por um templo, onde por sorte vi uma cerimónia que é considerada um dos mais importantes dias de um birmanês, o dia em que entra num mosteiro para tentar ser monge.




Daí fomos a Amarapura, ao maior mosteiro de Mandalay ver 1200 monges em fila para receber a doação de arroz e comerem todos juntos. Os monges só podem comer duas vezes ao dia, às 10h e ao final da tarde. Pelo que o nosso guia nos informou, são necessários cerca de 15 anos de estudo em mosteiros, universidade e alguns exames para se tornarem monges budistas.









A caminho de Saigang, parámos numa “fábrica” de seda. Bem, aquilo de fábrica pouco ou nada tem, é como entrar num filme medieval. Os tecidos, com ou sem padrões, são feitos à mão em teares de madeira. Lembro-me da minha bisavó ter um tear do género para fazer mantas, mas é surreal trabalhar-se seda desta maneira nos dias de hoje.



Antes do almoço, uma visita a Saigang, um monte verdejante repleto de pagodas douradas. Um bom conselho é levar chinelos. Em qualquer lado é exigido deixar o calçado à entrada. Indumentária apropriada também é pedido, ou seja, roupa pelo tornozelo e ombros tapados (isto serve para homens e mulheres). Não é necessário levar muito à risca, uns calções abaixo do joelho já será suficiente, mas por uma questão de respeito, nada de tops nem calções curtos.



A questão seguinte e já com o estômago a dar horas era onde iríamos comer. Restaurantes como nós conhecemos pela europa não existem, nem coisa parecida. Existem palhotas que servem comida local. E pronto, foi numa dessas o nosso almoço que ficou toda a comida por 3000 kyats.





Ao lado do “restaurante”, apanhámos um pequeno barco para Ava, uma pequena ilha. A ilha não é grande, mas impossível fazer a pé. A única opção é pagar 10 dólares e ir numa carroça puxada a cavalo. Para visitar esta ilha, assim como algumas coisas em Mandalay é necessário um bilhete de entrada que custa 10dls que dá direito a entrar em qualquer lado, neste caso, em todos os locais de Mandalay e arredores.










Ultima paragem, a fabulosa ponte de madeira de Amarapura para ver o por do sol. Bem, não cheguei a ver o por do sol, mas é uma vista fenomenal, com monges para trás e para a frente, pescadores ao longo da ponte, barcos, pescadores de rede no meio do rio, enfim, imperdível.







Dia seguinte, deixar Mandalay e apanhar um autocarro até ao ex-libris do país, Bagan.

Uma boa notícia para quem está a pensar visitar o Myanmar é que os autocarros já são bastante decentes aos nossos olhos, nada de luxo, mas já possuem AC. Isto claro, autocarros de e para destinos turísticos, não estou a falar dos ordinários que são numa quantidade muito superior. Coisas que não falham… tem de se estar com meia hora de antecedência para fazer o “check in”, são sempre muito cedo, às primeiras horas da manhã, o volume dentro do autocarro é no máximo, leva-se com a oração da manhã, nunca falha também vários clips musicais dos maiores cantores asiáticos e com sorte, depois da musica apanha-se um filme americano, eu apanhei o Titanic, mas o normal é um filme asiático. A viagem dura cerca de 5h por estradas más e menos más… desde alcatrão a terra, mas sempre com solavancos, isso não falha. O facto de ser nestes autocarros o local onde se vêm maior concentração de turistas (e não passam dos 20), não impede que também circulem muitos locais, o princípio é: enquanto houver lugar entram, nem que seja sentado no corredor. É então com muita facilidade que um autocarro de 50 lugares se transforme rapidamente em mais de 60.










 BAGAN

Pelo inicio da tarde cheguei a Nyaung U, ultima paragem do autocarro e segui para New Bagan num transporte do hotel. Pelo caminho, no meio da conversa com o condutor, estava a dizer que a viagem demorou 5 horas, o que foi bom pois estávamos a contar com 7 horas. Resposta sincera dele: Sim, é rápido, as estradas agora são muito boas. Fiquei a pensar, boas? Metade é em terra e em cada 10 metros existem 5 buracos. A diferença daqui para o Ocidente, o que aqui é considerado bom, na Europa é uma vergonha. É obrigatório pagar uma entrada de 15dls por pessoa para visitar a área, o autocarro simplesmente pára no local da bilheteira e arranja-se o bilhete. Existem várias formas de visitar Bagan, bicicleta, cavalo ou táxi. Nós optámos pela bicicleta que se aluga em qualquer hotel por 4000 kyats. A desvantagem desta escolha, é que é impossível ver os 2500 templos espalhados por 40km e o extremo calor não ajuda. Ainda assim, o templos mais imponentes encontram-se nos arredores de Old Bagan, não muito distantes uns dos outros, mas mesmo assim, é um dia para fazer uns bons quilómetros a pedalar. Quando parei no primeiro, um templo muito pequeno e isolado, veio ter comigo um simpático senhor que me disse que tinha passado dois meses a pintar o interior, passou um bom tempo enquanto me explicava os pormenores do buda, dos pés do buda, do tecto, e ainda como custava ter de pintar aquilo de cabeça levantada a olhar para cima. Aquela beleza e pormenores eram magníficos e fiquei a pensar em todo o esforço que o senhor dedicou àquilo para que poucos turistas vejam o templo uma vez que fica isolado e longe da principal rota. Pouco depois, apareceu outro senhor que se sentou no meio do templo para me mostrar umas pinturas dele. Eram fantásticas e lá fiquei com duas. Entre conversas lá ficámos uma boa hora a comunicar por inglês rudimental e gestos. Antes de sair, o senhor que pintou o templo foi chamar os netas para apresentar. Entre mais alguns sorrisos, despedi-me e saí a pensar que aquela hora nunca me iria sair da memória.









 Almocei próximo do templo de Ananga, no Bistro e fui tomar um café ao Yar Pyi onde conheci os donos, marido e mulher com uma simpatia descomunal. A chegada de um turista é um verdadeiro evento e o senhor vem logo com um quadro onde imprimiu as criticas do trip advisor ao restaurante deles. Fiquei tocada quando estavam a falar connosco e desabafaram que estavam muito tristes, porque apesar de saberem que o restaurante deles é o melhor, o da frente lhes roubava todos os clientes porque tinha acordos com agentes de viagens. A expressão de desalento deles fez-me prometer que iria, dentro do possível falar bem do restaurante deles e até andei por lá a falar com turistas a tentar convencê-los a almoçar por lá. Verdade seja dita, no guia que levei, era o restaurante que aconselhava.




Visto o templo de Ananga e uns outro mais, subi ao templo Shwesandaw, famoso para ver o por do sol. A subida é um pouco difícil, com os degraus muito estreitos, e cada um com meio metro de altura, mas a vista de lá de cima é de tirar a respiração. Não esperei pelo por do sol, mas à sombra e com ventinho, ainda fiquei mais de meia hora lá por cima. Ao descer, tinha a rapariga de 13 anos que antes me tinha tentado convencer a comprar uma pulseira. Por incrível que pareça dizia uma ou duas palavras em português. Apesar de lhe ter dito que não ía comprar nada, ela fez questão de nos mostrar e explicar um fantástico buda enorme que está próximo do templo, mas que passa despercebido. Enquanto falávamos, entre perguntas de até quando ficam cá e para onde vão, ela, com uma expressão enternecedora disse-me que eu era rica. No primeiro momento disse que isso não era verdade porque para viajar tinha de juntar dinheiro durante um ano… ela simplesmente disse “mas estás cá, és rica”. Com aquela frase destronou qualquer argumento que eu pudesse ter. Sim, sou rica, a riqueza não passa de um conceito que varia de pessoa para pessoa e de país para país.









Em New Bagan, onde estava alojada, enquanto dava uma pequena volta pela localidade vieram ter comigo duas simpáticas raparigas só para falarem um pouco. Ofereceram-me uma flor para colocar no cabelo e estivemos a falar uns minutos. A sério, a simpatia deste povo é uma coisa do outro mundo. É normal alguém vir falar connosco só para isso mesmo, falar. Perguntam se precisamos de alguma coisa e a única coisa que pedem de volta é um sorriso nosso. Se tirarmos uma foto e mostrarmos, então é um delírio.




Uma outra prova desta genuinidade, foi quando fomos jantar a um óptimo restaurante ao lado do rio e chegámos a meio de um espactáculo de marionetas. Vieram montar uma mesa no meio do jardim para nós e no final, as duas mesas com pessoas foram embora e ficámos apenas nós. Como não tínhamos visto o inicio, repetiram todo o espectáculo apenas para nós. Em mais nenhum local isto acontece…








INLE LAKE


Dia seguinte, 7h da manhã no autocarro e 8 longas horas até Nyaungshawe. 5 dólares logo à entrada da localidade para um bilhete que permite visitar a área. O hotel escolhido foi o Inle Inn, com um pátio deveras simpático. Como esta localidade é muito pequena e onde se encontram hospedados a grande maioria dos turistas, a percentagem deles na rua é incrivelmente maior do que nos locais por onde passei.





A viagem até Nyaungshawe justifica-se para visitar o Lago Inle, segundo os locais, lago sagrado do país. Para fazer a visita, a única maneira possível é alugar um barco par todo o dia. O aluguer do barco custou 20000 kyats e inclui o guia e todas as paragens que acharem necessárias, assim como o tempo. A parte má é que o dia começou bastante chuvoso, e nem com impermeável até aos pés e guarda chuva impediu que me molhasse toda. Todo o dia foi feito caminhando no meio de lama, barco molhado, chão sujo, enfim… Monção. O percurso que fizemos incluiu o tricentenário monteiro Maha Aungmye Bonzan, o templo In Dein com centenas de stupas, onde sem querer saímos do caminho principal e fomos pelo meio da selva até lá chegar, com o locais a olharem para nós a pensarem que éramos tolinhos.














De seguida o almoço numa cabana de bambu no meio do lago, pagoda de Phaung Daw OO Paya, que possui um dos objectos mais sagrados do país, os cinco budas cobertos por películas de ouro que os crentes vão colocando e finalmente fomos ver um local de fabricação de seda, lotus e algodão.










Deste dia, lembro-me perfeitamente do senhor super sorridente que guiava o barco e do rustico inglês que falava, o que impedia uma conversa de mais de 3 palavras, e mesmo assim era quase sempre acompanhado por gestos. Uma dica: “Cópé” significa “go back” em inglês com o sotaque do senhor… pois, não é fácil de compreender e implica muito esforço.








De Nyaungshawe até ao aeroporto de Heho são cerca de 20000kyats e demora uma hora. O destino era Yangon. É possível fazer de autocarro, mas demora umas cansativas 18h. De avião, numa das 4 companhias a fazer voos internos, demora pouco mais de uma hora, mas fica por 100dls. O que adorei neste aeroporto? Bem, todo o processo de check in é diferente, parece um balcão de autocarros ou comboios, funciona à base de autocolante que nos colam na camisola com a companhia e destino. As malas ficam todas ao lado do balcão, na segurança não existe limite de líquidos nem sacos para os colocar, qualquer pessoa pode sair da única sala de embarque e ir a pé até à pista que fica a 10 metros e o melhor de tudo, a chamada para o embarque é feita com um cartaz numa mão e um megafone na outra… brutal!!!






YANGON

Cidade completamente inundada aquando da nossa chegada. Felizmente, após pousar as malas no hotel (New Yar) a chuva parou e deu para dar uma voltinha. Como o tempo na oficiosa capital era pouco, teve de se aproveitar ao máximo a tarde. Assim, saímos directos para Shwedagon Paya, um conjunto de templos e pagodas de cortar a respiração. Contava encontrar a mais alta pagoda do país, mas não esperava todo o esplendor que a rodeava. Aquele complexo ficou ao nível do palácio real de Bangkok, e quem conhece sabe que não é tarefa fácil. O esplendor era tanto que era fácil ficar uns bons minutos a observar alguma coisa, principalmente quando num templo se encontravam pessoas a rezar. Numa dessas vezes, a mulher policia do templo, ao ver a minha expressão de espantada e encantada, veio ter comigo e tentou explicar, num inglês muito básico a história do templo e das estátuas de budas que lá se encontravam.











Já a meio da tarde fomos a pé até ao lago Inya onde se encontra o magistral barco que é uma réplica do antigo barco da família real. No seu interior existe um restaurante para os bolsos mais recheados. Para lá chegar existem duas maneiras, entrando pelo jardim ou percorrendo o estrado de madeira sobre o lago (ambos se pagam). Daqui lembro-me de dois monges budistas que foram interceptados por um asiático para tirar uma foto, quando reparo, está um dos monges de óculos de sol aos saltos de pernas abertas… muito bom.









Ultimo dia em Myanmar, ultimo jantar em Yangon… Como europeus estamos habituados a jantar tarde ao contrário dos asiáticos. Então, para encontrarmos um restaurante com comida ocidental tivemos de dar uma boa corrida e esperar que estivesse aberto. Eram 20h30 quando entrámos e comi uma sande que agradeci aos deuses.


 É sem sombra de duvida um dos países mais hipnotizantes do mundo. Paisagens naturais de cortar a respiração e áreas urbanas caóticas e deliciosas. Pessoas com uma natureza respeitadora e acolhedora que se torna difícil de acreditar que esta é uma nação que até recentemente esteve isolada do resto do mundo por cinco longas décadas. Apanhado em algo como uma armadilha do tempo, Myanmar foi poupado ao rompante desenvolvimento urbano e modernização ao qual sucumbiu a maioria nas nações asiáticas. Oito dias neste fabuloso país e apesar de chocar por ser extremamente pobre, por ver a grande maioria das pessoas a viver sem as condições básicas, por ter paisagens e monumentos incríveis, sei que a recordação mais viva e que vai perdurar mais fortemente é desta incrível gente. Todos dispostos a entregar um sorriso em troca de nada, uma incrível ingenuidade e uma simpatia inigualável. Levo comigo cada sorriso, muitas conversas que tive ao longo destes dias e uma enorme gratidão por me cruzar com estas pessoas e aprender que podemos viver com pouco e manter sempre um sorriso, porque no fundo, o que realmente importa é tendo muito ou pouco, saber viver cada dia com um sorriso no rosto.

Dia 2 de manhã, o adeus a Myanmar e o olá a Singapura.