segunda-feira, 19 de agosto de 2013

Lembongan @ Indonesia

Mais um dia, mais um voo, parece que não faço mais nada ultimamente. Este voo era desejado por 2 razões: seria a primeira vez que atravessaria a linha do equador e porque estavam à minha espera uns merecidos dias de descanso na praia. Aterrei ao final da manhã em Denpassar e demorei mais de uma hora a sair do aeroporto, tudo devido ao visto que graças à enorme fila demora muito tempo e fica por 25 dolares. Cá fora, foi só apanhar um táxi para o porto de Sanur para apanhar um barco. Como não tínhamos bilhete, foi o simpático taxista que a meio da viagem telefonou para um agente e reservou bilhetes. O bilhete de ida e volta fica aproximadamente 32 euros. É caro, mas é um fast boat e inclui transfer para o hotel, novamente para o barco e para o nosso próximo destino que ficava a 40km do porto de Sanur, portanto, vistas assim as coisas não é assim tão caro. Já em Lembongan, a primeira impressão é que a ilha é interessante, mas incomparável às praias da Tailândia. Quando cheguei ao hotel, Lotus Garden, um acolhedor resort de 6 cabaninhas gerido por uma incrivelmente simpática família, fomos recebidos pelo responsável, que apresentou a mulher, pai, irmão, primos e por aí adiante. Instantaneamente sentimo-nos em casa. O hotel ficava a uns meros 50m da Secret Beach, uma pequena e encantadora praia quase deserta rodeada lateralmente por penedos que escondia a sua localização e atrás por árvores o que dá um ar selvagem a uma praia, tal como gosto. Nesse mesmo dia, fizeram no hotel um jantar para os hóspedes, poucos claro, uma vez que são poucas cabanas. Era comum, ao final do dia juntarmo-nos na área comum entre a piscina e o balcão de bar/recepção para beber uma cerveja e estarmos todos na conversa. Entre os hóspedes encontravam-se dois muito simpáticos alemães, a Martha e o Sebastian com os quais partilhámos algumas noitadas entre cerveja, muita conversa e muito riso, quem sabe um dia não os encontraremos algures num outro país. Três dias que passaram a voar entre a Mushroon beach e a Secret beach, com umas fabulosas massagens na praia a 4 euros, claro que usei e abusei... Como no hotel não tinha restaurante, lá tínhamos de sair de lanterna em punho até à pequena aldeia da Mushroom, contando pequenos sapos pelo caminho, o máximo numa só passagem, que não seriam mais de 70m, foram 8 sapos. Logo na primeira noite ficámos fãs do restaurante Alam Nusa pela qualidade da comida, pelo preço e pela simpatia. No dia seguinte ao almoço fomos lá novamente e mal entrámos já nos chamavam pelo nome e ficavam um bom tempo na conversa enquanto não vinha a comida. Dia após dia lá íamos nós, cada vez com mais conversa e mais risos entre nós e as simpáticas pessoas de lá. Ainda aprenderam umas palavras em português e estavam convencidas que em Portugal toda a gente conhecia pessoalmente o Cristiano Ronaldo... pois!!!! De todas as pessoas, a que mais chamava a atenção era uma senhora mais velha, gerente do restaurante que se ria imenso sempre que a chamávamos de Wayan number one in Bali, pois foi assim que se apresentou e explicou que em Bali existem apenas quatro nomes, de origem Hindu, e o nome dela era o mais usado. Volta e meia lá dizia ela, “Thanks for talk talk”, em forma de agradecimento por poder treinar o inglês connosco. Ao final de um tempo, tanto no restaurante como no hotel, era completamente normal perguntarem onde estivemos, o que fizemos e para onde íamos. Se estivéssemos para sair, lá vinha uma pergunta do outro lado do jardim “Where you go?”, o que naturalmente se fosse num outro local, o mais evidente a fazer era dizer que para se meterem na vida deles, mas aqui, onde tudo é tão genuíno e amável, lá dizíamos sempre para onde íamos. Ou então, se estava com computador no restaurante que aconteceu quando tive de fazer o concurso de professores, lá se punham atrás de mim a olhar com a cabeça por cima do meu ombro e a perguntar o que estava a fazer. Tudo era questionado, não por maldade mas por curiosidade inocente. Na ilha, não tinha o mar mais quente que já vi, nem o mais calmo. Vale claro, anos a crescer ao lado do Atlântico para saber um pouco quando se deve ou não entrar na água. Quando a maré estava vazia, era impensável tomar banho, conseguia-se andar mais de 100m e a água não passava do joelho e o chão picava de tanto coral morto espalhado. Agora, uma coisa fabulosa é o snorkling. Existem barcos que levam os turistas aos melhores locais por 15 euros por pessoa. Os barcos são muito pequenos e não cabem mais de 4 pessoas. Apesar de parar apenas em 2 locais, os corais, peixes e a riqueza do mar são muito melhores aos que vi na Tailândia. Daqui também levo a recordação de uma estranha invasão durante a noite. A cabana era nova e muito decente, que até tinha ar condicionado. Antes de dormir, o Pedro abriu um pequeno pacote de bolachas, comeu algumas e com receio das formigas fechou o pacote, colocou dentro de um outro saco bem fechado e meteu dentro da mochila também fechada. Resultado: de manhã vimos cordões e tecido da mochila espalhados pelo chão e qual não foi o nosso espanto ao ver que a mochila tinha um buraco e os sacos das bolachas estavam abertos. Que bicho foi, ainda hoje não sabemos nem nunca saberemos, mas de certeza que formigas não foram... Uma coisa tão básica que é pagar o hotel de cartão multibanco, ali significou uma viagem de 5 minutos de mota até outro hotel. Dei conta do Pedro sair do balcão para ir pagar, mas ao fim de 10 minutos achei estranho não ter regressado. Perguntei ao senhor do hotel se demorava o pagamento, ao que me responde com um sorriso que a viagem de mota demorava 5 minutos até ao local do pagamento porque era uma ilha pequena. Ah ok, percebi então que o pagamento não era lá no hotel. Ao final de 3 rápidos dias, foi com lamento que me despedi aquelas fantásticas pessoas e me meti no barco de regresso à ilha de Bali.





Sem comentários:

Enviar um comentário